Desrespeito ao isolamento social é a principal desvantagem na pandemia, revela pesquisa

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Para a Secretaria Municipal de Saúde, em alguns bairros de SP, a grande quantidade de óbitos por Covid-19 está estritamente relacionada a uma grande movimentação de pessoas. Mas, segundo pesquisa da Rede Nossa São Paulo, muita gente acredita que a capital paulista tem vantagem para enfrentar a Covid-19 devido a ampla rede pública de saúde


De acordo com uma recente pesquisa da Rede Nossa São Paulo, 61% das pessoas acreditam que a principal desvantagem que a cidade de São Paulo tem para enfrentar a pandemia do novo coronavírus é o fato de muitas pessoas não cumprirem o isolamento social. A segunda principal desvantagem é o transporte público lotado.

Esses dois fatores foram intensificados neste mês, devido a reabertura de alguns setores do comércio. No dia 10, quando as lojas de rua tiveram autorização para reabrir, a região do Largo 13, em Santo Amaro, voltou a experimentar um vai e vem intenso de pessoas.

De acordo com o secretário municipal de saúde, se houver aumento nas internações e mortes por Covid-19, a Prefeitura vai recuar na flexibilização e as lojas podem voltar a fechar. “Deixamos claro, no momento de assinatura dos protocolos, que qualquer reversão, sob o ponto de vista da Vigilância Sanitária, nós vamos recuar. Neste momento, se houver consciência da parte de todos, a gente consegue ter uma flexibilização mais segura”, disse Edson Aparecido.

Enquanto 61% reprovam quem desrespeita o isolamento, cerca de 77% das pessoas afirmaram que, para atenuar os impactos da pandemia, estão evitando sair de casa. Desde o início da pandemia, no mundo, especialistas afirmam que o isolamento social é o principal meio para achatar a curva de casos e mortes e assim não colapsar o sistema de saúde.

Um relatório divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde revela que, em alguns bairros da capital paulista, a grande quantidade de óbitos por Covid-19 está estritamente relacionada a uma grande movimentação de pessoas. Segundo este relatório, o distrito que mais registrou essa movimentação de pessoas e aumento nos casos de óbitos foi o Grajaú, no extremo Sul da capital. Outros distritos da Zona Sul que também aparecem no ranking com as maiores taxas de óbitos da região são: Cidade Ademar, Capão Redondo, Jardim Ângela, Jardim São Luís, Jabaquara e Campo Limpo.

“Quanto mais nos movimentamos, mais afundamos. Como mal conseguimos passar de 50% de isolamento social, a curva nunca chega. Tínhamos um cenário de que o teto seria atingido no começo de julho e começaria a cair. Mas, com a flexibilização, e com a disputa de discursos políticos, a taxa de transmissão do vírus continua subindo. O resultado é que vamos postergando o teto por mais alguns meses”, explicou o professor de Geografia da Saúde da Universidade Estadual Paulista (Unifesp), Raul Guimarães.

Para a maioria dos 800 entrevistados na pesquisa da Rede Nossa São Paulo, as principais vantagens no enfretamento da pandemia estão relacionadas a área da saúde: 31% acreditam que a vantagem é a ampla rede pública de saúde, outros 31% afirmam que é porque a cidade tem os melhores profissionais de saúde e 25% diz que a vantagem está no fato da capital paulista ter uma grande quantidade de leitos de UTI (públicos e privados).

Na Zona Sul, a Prefeitura retomou obras de duas Unidades de Pronto Atendimento, no Jabaquara e Parelheiros. Também inaugurou um Hospital na região do Guarapiranga que vai atender apenas pacientes infectados pela Covid-19. Já o Hospital do M’Boi Mirim se tornou referência no tratamento da doença e recebeu 100 leitos de baixa complexidade.


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