Diretora de escola da Zona Sul gera polêmica ao dizer que alunos perderão vaga se não entregarem atividades

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A justificativa da diretora é que 17 mil alunos foram transferidos para a rede pública, então, atuais alunos podem ficar sem estudar se não entregarem as atividades. Além disso, ela pediu aos pais que comprem uniformes para ajudar a escola, sendo que na rede estadual não há uniforme para os alunos. A Secretaria da Educação, no entanto, garantiu que haverá vagas para todos os estudantes


De acordo com a diretora da Escola Estadual Amélia Moncon Ramponi, localizada no bairro de Campo Grande, a rede estadual de educação recebeu 17 mil estudantes da rede privada e esse é um dos motivos que deve impulsionar os atuais alunos para entregar as atividades, já que com mais alunos na rede pública, quem não entregar as lições pode perder a vaga.

“As escolas públicas estão lotadas de alunos das escolas particulares. Se vocês não entregam, vão abrindo mais vagas para os alunos de fora. Os professores precisam digitar as notas em cima das avaliações, em cima das atividades que eles fazem. Não havendo atividades, não havendo avaliações, o sistema vai entender como alunos desistentes. E o aluno desistente sai da lista”, disse a diretora Érica Pampolim, em vídeo enviado aos pais dos alunos.

Em junho, o Sindicato das Estabelecimentos de Ensino do Estado de São Paulo (SIEEESP) identificou essa migração de estudantes em quase todas as instituições, principalmente nas escolas para famílias de baixa renda: entre abril e maio, a rede estadual recebeu 2.388 estudantes oriundos da rede particular. No ano passado, nesse mesmo período, foram transferidos 219 alunos. Ou seja, o número de alunos que trocaram a escola particular pela escola pública estadual cresceu mais de 10 vezes desde o mês de abril, como resultado da queda da renda dos pais e mães durante a pandemia.

De acordo com o subsecretário de articulação da Secretaria Estadual de Educação, a diretora já foi advertida verbalmente e o Governo garante vaga para todos os estudantes. “Nenhum aluno perderá vaga na rede estadual de São Paulo por não estar entregando as atividades. A rede estadual vai atender a todos os alunos que precisarem da rede pública. É nosso dever ter sempre vaga disponível para todos os estudantes”, disse Henrique Pimentel Filho.

Além da desinformação sobre as vagas, a diretora da Escola Estadual Amélia Moncon Ramponi incentivou pais e mães dos alunos a comprarem uniformes e máscaras para contribuir com a escola. “Certamente, vocês colaborando, comprando as máscaras, os uniformes para os próximos anos, vai estar ajudando indiretamente a escola”, disse a diretora.

O uniforme a que ela se refere é composto por uma camiseta (R$ 27), conjunto de calça e blusa (R$ 100) e uma máscara (R$ 10). Porém, uniformes não são utilizados na rede estadual.

O subsecretário de articulação da Secretaria Estadual de Educação informou que diretores não podem fazer propaganda de uniformes e que, quando as aulas voltarem, máscaras serão dadas pelo Governo.

Um apuração preliminar foi aberta sobre o caso.

VOLTA AS ESCOLAS

Nas escolas de Ensino Fundamental e Médio do Estado as aulas podem retornar em 3 de novembro e 7 de outubro, respectivamente. “Evidentemente, vamos respeitar a autonomia dos prefeitos para autorização da abertura [das escolas] nas suas cidades”, disse o governador João Doria.

De acordo com o Plano São Paulo de flexibilização: na primeira etapa da retomada, apenas 35% dos alunos podem ocupar as salas de aula. Além disso, haverá revezamento: alguns estudantes continuam em casa assistindo as aulas online. Na segunda etapa, cerca de 70% dos alunos voltarão às escolas. Já a terceira etapa, terá 100% dos alunos nas escolas.

Assim como na reabertura do comércio, alunos e profissionais da educação vão ter que se adaptar aos protocolos de segurança:

  • Higienização frequente das mãos;
  • Fornecimento de água potável em recipientes individuais;
  • Uso obrigatório de máscaras nas escolas e no transporte escolar;
  • Horários de entrada e saída escalonados para evitar aglomerações;
  • Recreios/intervalos com revezamento das turmas em horários alternados;
  • Distribuição de Equipamentos de Proteção Individual para professores e funcionários;
  • Distanciamento de 1,5m entre as pessoas, inclusive nas salas de aulas (excluindo a educação infantil).

SUGESTÕES DE PAUTA: reportagem@gruposulnews.com.br

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