Número de alunos transferidos da rede particular para a pública é 10 vezes maior, em comparação com 2019

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Por causa da crise econômica, a rede estadual recebeu 2.388 estudantes oriundos da rede particular enquanto no ano passado, nesse mesmo período, foram transferidos 219 alunos. Agora as matrículas podem ser feitas online, mas ainda não há previsão do retorno às aulas nas escolas


O número de alunos que trocaram a escola particular pela escola pública estadual cresceu mais de 10 vezes desde o mês de abril, em comparação com o mesmo mês do ano passado, como resultado da queda da renda dos pais e mães durante a pandemia.

Entre abril e maio, a rede estadual recebeu 2.388 estudantes oriundos da rede particular. No ano passado, nesse mesmo período, foram transferidos 219 alunos.

O Sindicato das Estabelecimentos de Ensino do Estado de São Paulo (SIEEESP) identificou essa migração de estudantes em quase todas as instituições, principalmente nas escolas para famílias de baixa renda. “A gente acredita que temos em torno de 1,5 milhão de alunos que são dessa escola mais barata. E as escolas não tem uma margem muito grande porque tem uma concorrência bastante grande. Então, com essa inadimplência, a gente acredita que pode haver uma evasão bem maior e temos alertado o Governo disso aí”, diz Benjamim Ribeiro da Silva, presidente do SIEEESP.

O Governo do Estado anunciou que vai começar a fazer as matrículas de transferência para o segundo semestre pela internet, para evitar aglomerações nas escolas. “Ao invés dele [pai] ir numa escola e informar seus dados, os dados do aluno para fazer a inscrição na rede pública, ele consegue fazer pelo site da Secretaria. A gente tem uma capilaridade de escolas muito maior e vai receber qualquer pai que deseje migrar da rede privada pra rede pública”, explicou Thiago Cardoso, coordenador de tecnologia e matrícula da Secretaria da Educação do Estado de SP.

Segundo o Governo do Estado, “poderão manifestar interesse pela migração para a rede estadual os pais dos alunos com matrícula na rede privada ou vindo de outros estados. Já as transferências entre redes públicas estão temporariamente suspensas e devem ser retomadas após o retorno das aulas presenciais”.

Essas matrículas, no entanto, podem ser feitas apenas para o ano de 2020, já que as matrículas 2021 ainda não estão abertas.

Na matrícula, o responsável pelo estudante fornece informações e documentos, que serão validados pelas escolas. A matrícula pode ser feita pelo site: https://sed.educacao.sp.gov.br/NCA/PreInscricaoOnline/login

As aulas presenciais foram suspensas no dia 23 de março e, para continuar com o ano letivo em andamento, Governo e Prefeitura de SP tem utilizado a internet para manter o conteúdo dos alunos.

Em abril, o secretário de educação do Estado informou que as aulas presenciais poderiam acontecer de forma gradual a partir de julho. Porém, no final de maio, ao divulgar o plano de reabertura do comércio, o Governo não informou detalhes sobre a volta dos alunos às escolas.

Nesta semana, a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo afirmou que “não há data definida para volta às aulas presenciais. A retomada das aulas será gradual e regionalizada, seguindo o que os dados científicos sobre a epidemia indicarem em cada região do Estado”.


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