Quarentena pode ser prorrogada na capital paulista se taxa de isolamento continuar abaixo de 50%

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Prefeitura e Governo de SP concordam que não dá para flexibilizar o isolamento e reabrir o comércio já que as pessoas não têm respeitado a quarentena e os números de infectados e mortes aumentaram, principalmente na periferia


O secretário municipal da saúde, Edson Aparecido, disse hoje (30), em entrevista a imprensa, que se a taxa de isolamento continuar baixa na cidade de São Paulo, a Prefeitura não vai relaxar as medidas de isolamento para o término da quarentena, no dia 10 de maio, e haverá regras mais rígidas para conter o avanço do coronavírus na cidade.

“Já há uma decisão tomada: nós não temos como relaxar as medidas de isolamento a partir do dia 10 de maio. Na capital é absolutamente impossível fazermos isso, ao contrário: nós estamos iniciando uma discussão na Prefeitura para que a gente possa fortalecer algumas dessas medidas para que a gente consiga fazer com que o isolamento na cidade possa crescer desse patamar de 48%”, afirmou o secretário municipal de Saúde, Edson Aparecido.

A ideia do Governo do Estado é reabrir o comércio não essencial de forma gradual a partir do dia 11 de maio, seguindo alguns critérios: evolução da pandemia, quantidade de leitos disponíveis, adesão às restrições no decorrer da quarentena, entre outros. Mas, como os moradores da cidade de São Paulo não estão respeitando o isolamento, a capital deve retardar o fim da quarentena.

“Não há a menor condição de flexibilização do isolamento e, evidentemente, com os riscos de colapso do atendimento nos hospitais na capital e na região metropolitana. Se as pessoas que vivem na capital e na região metropolitana querem sair do isolamento, colaborem e contribuam para isso, sobretudo com a proteção da sua saúde e da sua vida: fique em casa”, disse o governador João Doria.

O último levantamento divulgado pelo Governo do Estado, da última quarta-feira (28), mostra que o índice de isolamento no Estado ficou em 47%, sendo que o ideal é 70%. Desde o começo da quarentena, os maiores índices de isolamento que São Paulo teve foram aos domingos, com o máximo de 59% de pessoas em casa.

Nesta semana, na região de Santo Amaro, já havia muitas pessoas em pontos de ônibus da Av. Adolfo Pinheiro e alguns vendedores ambulantes no Largo 13 de Maio. Ainda na Zona Sul, também foi registrado aglomeração de pessoas no Campo Limpo e Grajaú, já que muita gente foi até as agências da Caixa Econômica Federal sacar o auxilio emergencial disponibilizado pelo Governo Federal.  

A periferia da cidade é justamente o lugar em que há mais registros de mortes por Covid-19. O último mapa divulgado pela Prefeitura de São Paulo mostra que, até o dia 24 de abril, a capital registrou 2.688 óbitos por Covid-19, a maioria deles ainda nas periferias: foram contabilizados 527 óbitos na Zona Sul.

Ainda segundo o secretário municipal de saúde, se essa taxa de isolamento não aumentar, alguns locais em bairros da periferia vão ser bloqueados para controlar a passagem de motoristas e pedestres, após o dia 10 de maio. “Você faz um processo de bloqueio, então, você reduz muito fazendo com que as pessoas se desestimulem a sair de casa”, disse Edson Aparecido.

Segundo o Governo de SP, “o Estado de São Paulo termina abril com 2.375 mortes relacionadas ao novo coronavírus, um aumento de 1.345% em comparação ao dado do 1º dia do mês, quando havia 164 óbitos”.


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