Flexibilização da quarentena em SP não prevê data de retorno dos alunos às escolas

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Na rede estadual, o Governo criou um aplicativo para manter as aulas, mas apenas 1,6 milhão de alunos, dos 3,5 milhões de matriculados, acessaram o conteúdo. Ainda assim, as aulas durante a pandemia vão valer para a carga horária do ano letivo e as avaliações vão acontecer, mesmo a distância


O Governo de São Paulo anunciou ontem (27), as regras de flexibilização para cada cidade do Estado e, de acordo com as fases em que as cidades estão, qual atividade comercial pode reabrir. No entanto, ficaram duas incógnitas no ar: transportes e educação.

No Plano São Paulo, que delimita cinco fases de reabertura das atividades, a área da educação não está incluída, e, segundo o Governo, ainda será definido quando os alunos voltarão as salas de aulas. “Em todos os 645 municípios, a indústria e a construção civil seguem funcionando normalmente. A interdição total de espaços públicos, teatros, cinemas e eventos que geram aglomerações – festas, shows, campeonatos, etc – permanece por tempo indeterminado. A retomada de aulas presenciais no setor de educação e o retorno da capacidade total das frotas de transportes seguem sem previsão”.

Enquanto isso, os alunos vão se virando para fazer as atividades a distância. As aulas foram suspensas no dia 23 de março e, para continuar com o ano letivo em andamento, Governo e Prefeitura de SP tem utilizado a internet para manter o conteúdo dos alunos.

O Governo criou um Centro de Mídias para funcionar como uma TV ao vivo, com conteúdos pedagógicos e videoaulas, que são transmitidas pelos canais digitais 2.2 – TV Univesp e 2.3 – TV Educação, numa parceria com a TV Cultura.

Porém, segundo o Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação, 97% das casas no Estado de São Paulo não têm televisão para os alunos assistirem as aulas.

Outro porém é que nem todos os alunos tem utilizado o aplicativo do Centro de Mídias para acessar as aulas pelo celular. Apesar do Governo patrocinar o app, após ter feito um contrato com as principais operadoras de telefonia, para que os alunos não gastem com internet, apenas 1,6 milhão (47%) de alunos, dos 3,5 milhões matriculados na rede estadual, acessaram as aulas online, segundo a Secretaria Estadual de Educação.

Ainda assim, as aulas durante a pandemia vão valer para a carga horária do ano letivo e as avaliações vão acontecer, mesmo a distância. “A realidade é que poderia ser feito algo melhor, mas, como faltou planejamento e projeto pedagógico, treinamento e distribuição de equipamentos, a situação é alarmante e o Brasil vive um apagão educacional neste momento. Os alunos não estão aprendendo, muitas escolas e redes públicas fingem que ensinam. Mas os estudantes concretamente nunca vão fingir que estão aprendendo”, analisa Daniel Cara, professor da Faculdade de Educação da USP.

O Estado também ofereceu kits escolares com apostilas de matemática e língua portuguesa, além de gibis da Turma da Mônica e livros paradidáticos. No início das aulas online, em 27 de abril, o Governo indicou que, no retorno presencial, fará avaliações para detectar possíveis prejuízos aos alunos. “Na primeira semana da retomada, os alunos serão avaliados sobre eventuais prejuízos de aprendizado durante o período de suspensão das atividades presenciais. As primeiras semanas serão utilizadas também para que professores planejem estratégias de reforço e recuperação”.


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