Mães e pais esperam até 221,5 dias para conseguir uma vaga em creches do Itaim Bibi, enquanto na periferia da Zona Leste, lá em Guaianazes, o tempo de espera pode levar 18 dias
Um dos bairros mais nobres de São Paulo, rodeado pelas principais avenidas da capital, com um infraestrutura ágil no transporte, na vida noturna e gastronômica, o Itaim Bibi enfrenta um dos problemas mais recorrentes da periferia da Zona Sul: creches.
De acordo com o Mapa da Desigualdade da Primeira Infância, realizado pela Rede Nossa São Paulo, mães e pais esperam até 221,5 dias para conseguir uma vaga em creches do Itaim Bibi, enquanto na periferia da Zona Leste, lá em Guaianazes, o tempo de espera pode levar 18, 5 dias.
O tempo de espera por uma vaga também é grande em outras regiões da Zona Sul: 177,3 dias no Jabaquara; 188,5 dias no Capão Redondo; 200,5 dias em Santo Amaro; 233 dias em Cidade Ademar; 244,9 dias no Morumbi e 255,7 dias em Pedreira.
Do total de 96.561 pessoas (em 2018) que moram no Itaim Bibi, 7,16% são crianças de 0 a 6 anos de idade. Em relação ao número total de matrículas efetuadas e demanda por vagas, no Itaim Bibi, 75,5% das crianças conseguem garantir sua matrícula nas creches municipais (das redes pública e conveniada).
Como a demanda por vagas é grande no Itaim Bibi, consequentemente, o “número de alunos matriculados em creches municipais (das redes pública e conveniada), em relação ao total de turmas abertas no mesmo período e distrito” vai além do normal: são 23,7 alunos por turma, segundo o Mapa da Desigualdade da Primeira Infância. O bairro da República, por exemplo, tem a menor quantidade de crianças em cada turma: 5,8.
“As creches fazem parte do primeiro ciclo da Educação Infantil, auxiliando no desenvolvimento físico, emocional, afetivo, cognitivo e social de crianças de 0 a 3 anos. As creches públicas cumprem também o papel de assistência social, ao permitirem que pais e mães de baixa renda tenham mais estrutura para trabalharem”, explica a Rede Nossa São Paulo.
Em uma pesquisa da Rede Nossa São Paulo, em outubro do ano passado, cerca de 40% dos moradores da Zona Sul disseram que a infraestrutura de escolas e creches deve ser melhorada. Em 2019, algumas creches da Zona Sul passaram por mudanças impostas pela Prefeitura após suspeitas de irregularidades como fraudes previdenciárias e também na prestação de contas.
Na Zona Sul, 15 unidades educacionais foram notificadas devido as irregularidades: três na Diretoria Regional de Ensino Santo Amaro, três no Campo Limpo e nove na Capela do Socorro.
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