O plano de retomada da educação presencial, no entanto, depende de muitos fatores: todas as cidades do Estado devem estar na Fase Amarela do Plano SP; inicialmente, as escolas vão atender apenas 35% dos alunos que devem fazer rodízio e se adequar aos protocolos de distanciamento social e higiene. O Governo pretende, ainda, criar o 4º ano do Ensino Médio para os alunos que quiserem intensificar a preparação para o vestibular
A Secretaria Estadual de Educação de São Paulo anunciou hoje (24) que as aulas presenciais vão retornar apenas no mês de setembro. Essa data é válida para estudantes de escolas públicas e privadas da educação Infantil, do ensino Fundamental, Médio e Superior.
O plano de retomada da educação presencial está dividido em três etapas, sob a condição de todas as cidades do Estado permanecerem por 28 dias seguidos na Fase Amarela do Plano São Paulo, ou seja: tudo depende da capacidade hospitalar e progressão da pandemia.
A Fase Amarela do Plano São Paulo prevê que shoppings centers, lojas de rua, lojas de serviços, bares e restaurantes, e salões de beleza estejam funcionando, mas não plenamente: com redução da capacidade de atendimento, em horário reduzido e com adoção de protocolos de higiene. Nesta fase, academias continuam fechadas e eventos com aglomerações ainda não podem acontecer.
“Vinte e oito dias de fase amarela estará indicando uma estabilização consolidada, esperamos que várias regiões já estejam nas etapas verde ou azul. Esse período é o que vai indicar uma situação de segurança. Nós teremos os meses de julho e agosto para fazer as avaliações a cada ciclo de 15 dias”, explicou Carlos Carvalho, Coordenador do Centro de Contingência do coronavírus.
Na primeira etapa da retomada, que começa em 8 de setembro, apenas 35% dos alunos podem ocupas as salas de aula. Além disso, haverá revezamento: alguns estudantes continuam em casa assistindo as aulas online. “Ou seja, em uma unidade escolar com mil estudantes, somente 350 poderão ter aulas presenciais a cada dia, enquanto que os demais continuarão a cumprir atividades remotas. Cada escola deverá definir o revezamento de alunos e cada estudante deverá ter ao menos um dia de aula presencial por semana. A definição do revezamento levará em conta a capacidade física de cada unidade escolar”, explicou o Governo.
Na segunda etapa, ainda sem data definida, cerca de 70% dos alunos voltarão às escolas, mas tudo depende da permanência de 14 dias de, pelo menos, 10 Departamentos Regionais de Saúde do Estado na Fase Verde do Plano SP.
A terceira etapa, com 100% dos alunos nas escolas, também é definida pela Fase Verde do Plano SP, com a permanência de 13 Departamentos Regionais de Saúde por 14 dias.
Assim como na reabertura do comércio, alunos e profissionais da educação vão ter que se adaptar aos protocolos de segurança:
- Higienização frequente das mãos;
- Fornecimento de água potável em recipientes individuais;
- Uso obrigatório de máscaras nas escolas e no transporte escolar;
- Horários de entrada e saída escalonados para evitar aglomerações;
- Recreios/intervalos com revezamento das turmas em horários alternados;
- Distribuição de Equipamentos de Proteção Individual para professores e funcionários;
- Distanciamento de 1,5m entre as pessoas, inclusive nas salas de aulas (excluindo a educação infantil).
4º ANO DO ENSINO MÉDIO
Para 2021, o Governo do Estado pensa em implantar o 4º ano do Ensino Médio, que será optativo para os estudantes concluintes de 2020 e que querem se preparar mais um ano para o ingresso no Ensino Superior.
O oferecimento do 4º ano do Ensino Médio, no entanto, está condicionado ao número de vagas. “A gente tem visto que os estudantes querem ter mais uma oportunidade de continuar estudando para se preparar melhor para o vestibular e nós vamos trabalhar para, em havendo vaga, acolher esses jovens para que eles possam continuar estudando, considerando esse ano que a gente teve”, disse o secretário estadual de Educação, Rossieli Soares.
ESCOLAS PARTICULARES DISCORDAM DA DATA DE RETORNO
O Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado de São Paulo (SIEE-SP) manifestou descontentamento com a data de volta as aulas e querem retomar as atividades mais cedo.
De acordo com o presidente do SIEE-SP, as escolas particulares, que atendem 24% dos estudantes do Ensino Médio do Estado, não tem “culpa da incompetência do Estado e da Prefeitura se eles não conseguem se capacitar a tempo. Nós já temos certificação científica, protocolo médico, as escolas estão preparadas… Agora, se a rede pública não consegue se capacitar, nós não temos culpa. Não concordamos e vamos protestar”.
Porém, pela Lei de Calamidade Pública, as escolas privadas dependem da autorização do Estado para voltar a funcionar. O SIEE-SP pretende avaliar, junto as escolas particulares, se vão entrar com um processo judicial.
Recentemente o Governo do Estado anunciou que o número de alunos que trocaram a escola particular pela escola pública estadual cresceu mais de 10 vezes desde o mês de abril, em comparação com o mesmo mês do ano passado, como resultado da queda da renda dos pais e mães durante a pandemia. Entre abril e maio, a rede estadual recebeu 2.388 estudantes oriundos da rede particular. No ano passado, nesse mesmo período, foram transferidos 219 alunos.
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