Produtores rurais do extremo da Zona Sul, que estavam com dificuldades de vender seus produtos, foram localizados para participar do projeto Faces & Sustentabilidade, que prevê a produção de refeições para pessoas em situação de vulnerabilidade. As marmitas são produzidas por imigrantes e refugiados que estavam sem emprego
Durante a pandemia, a vida de muita gente mudou: enquanto uns sofrem com problemas financeiros, outros encontram trabalho e outra parte da população, que já vivia em situação de vulnerabilidade, se encontrou a deriva.
Porém, um projeto do Ministério Público do Trabalho, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e da Organização Internacional do Trabalho foi a solução para algumas pessoas.
Através do programa Ligue os Pontos, da Prefeitura de São Paulo, produtores rurais do extremo da Zona Sul, que estavam com dificuldades de vender seus produtos, foram localizados para participar do projeto Faces & Sustentabilidade, que prevê a produção de refeições para pessoas em situação de vulnerabilidade.
“Como agricultor, estou muito feliz em saber que estou passando produto orgânico – sem agrotóxico e cultivado de forma totalmente natural – para diversas pessoas terem a oportunidade de experimentar. É muito gratificante atender as pessoas mais pobres com meus alimentos”, conclui o produtor orgânico Emerson, associado à cooperativa orgânica de Parelheiros, Cooperapas.
A produção dessas refeições ficou por conta de imigrantes e refugiados, que estavam sem emprego. O cardápio é elaborado pela chef argentina Paola Carosella. “Eu acho que as pessoas não tem noção de como a agricultura de qualidade e o preparo da comida podem impactar tanta gente. Qualquer ponta se vê impactada com essa ação, que traz comida de qualidade, produtos orgânicos, cultura, renda, dignidade e direitos”, disse a chef de cozinha.
Além dos produtos orgânicos saírem da Zona Sul, parte das refeições também é direcionada para moradores da Zona Sul: nas comunidades de Paraisópolis e Vietnã, além da Brasilândia, na Zona Norte. Desde o dia 16 de junho, 1.000 marmitas são distribuídas diariamente e o projeto deve durar mais dois meses.
“Temos como referência a Agenda 2030 da ONU. Por isso, a finalidade do projeto é atender diversas pontas, desde agricultores orgânicos de Parelheiros com dificuldades de escoamento, grupos marginalizados que precisam de trabalho e emprego e as pessoas que mais necessitam nesse momento, a partir da distribuição de alimentos saudáveis e sustentáveis”, disse Gustavo Tenório Accioly, procurador e presidente do Comitê Estratégico de Comunicação do Ministério Público do Trabalho (MPT).
COZINHANDO PELA VIDA
A Prefeitura iniciou o programa Cozinha pela Vida com a produção e distribuição de marmitas no Zona Noroeste e no Centro da cidade. Segundo a Prefeitura, as entidades responsáveis pela produção das marmitas são o Casarão Brasil e o Instituto Laudenor de Souza.
“O Programa Cozinhando pela Vida, que estamos trabalhando juntamente à Prefeitura, é de extrema importância pois, entre grande parte da comunidade LGBTI, a família é o maior fator de exclusão. A única saída desse público é, na maioria das vezes, morar na rua. O projeto atenderá a comunidade da região central de São Paulo, melhorando os índices de nutrição desta população e atendendo o objetivo principal de nossa entidade: apoiar, contribuir e estar ao lado da população mais vulnerável”, explica o presidente do Casarão Brasil, Rogério de Oliveira.
As refeições produzidas pelo Instituto Laudenor de Souza serão destinadas à Associação de Migrantes pela Integração Comunitária.
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