Mostra Sobreviventes reúne espetáculos com sobreviventes de Hiroshima e do Holocausto no Teatro Popular João Caetano

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Os espetáculos Sobreviventes do Holocausto e Os três sobreviventes de Hiroshima têm direção de Rogério Nagai e fazem parte do projeto Sobreviventes pela Paz. A montagem de Sobreviventes do Holocausto foicontemplada pelo Proac Lab 2021


MOSTRA SOBREVIVENTES, que reúne os espetáculos Sobreviventes do Holocausto Os três sobreviventes de Hiroshima, estreia dia 21 de julho, quinta-feira, às 21h, no TEATRO POPULAR JOÃO CAETANO. Os espetáculos serão apresentados de quinta a domingo, durante duas semanas. Com idealização e direção de Rogério Nagai, a mostra faz parte do projeto Sobreviventes pela Paz, sendo a montagem Sobreviventes do Holocausto estreia contemplada pelo Proac Lab 2021.

No palco, três sobreviventes de Hiroshima e três do Holocausto fazem seus depoimentos dos piores genocídios da humanidade. São contados os momentos que ficaram nos campos de concentração e de extermínio, além de guetos, fome, o que viram durante a bomba atômica de Hiroshima, os dias seguintes do final da II guerra e a imigração para o Brasil. Em cena, eles atuam no formato de teatro-documental, também conhecido como biodrama.

A montagem inédita Sobreviventes do Holocausto reconstrói a história de Marika Gidali, na época com 5 anos, Andor Stern (in memoriam), com 12 anos e Joshua Strul, com 9 anos, que estavam respectivamente na Hungria e Romênia. A reestreia Os três sobreviventes de Hiroshima reconstrói a história de Takashi Morita, na época com 21 anos, estando há exatos 1.300 metros do epicentro da bomba atômica e das crianças Kunihiko Bonkohara, com 5 anos e Junko Watanabe, com apenas 2 anos.

Com roteiro e direção de Rogério Nagai, ambos os espetáculos utilizam de fotos originais, vídeos e canções da época para compor o clima da apresentação. O projeto Sobreviventes pela Paz, que está na segunda fase sob tema Holocausto, teve início em 2016 com o espetáculo Os três sobreviventes de Hiroshima

“Ainda que tratem de tragédias, os espetáculos levam a uma reflexão sobre a paz, com uma mensagem forte de resiliência, perdão e superação. Também faz um alerta contra o antissemitismo, o racismo e a discriminação. Colocar os sobreviventes em cena é uma maneira que o projeto encontrou de mostrar a importância de propagar a cultura da paz, para que acontecimentos como esses nunca mais se repitam”, afirma Rogério Nagai.

MOSTRA TEATRAL SOBREVIVENTES

OS TRÊS SOBREVIVENTES DE HIROSHIMA – Estreia dia 21 de julho de 2022, quinta-feira, às 21h. Roteiro e direção: Rogério Nagai. Elenco: Takashi Morita, Kunihiko Bonkohara, Junko Watanabe, Ricardo Oshiro e Rogério Nagai. Duração: 60 minutos. Gênero: Teatro-documentário.  Recomendação: 10 anos. Ingressos: R$ 20,00 (inteira) e R$ 10,00 (meia). Quintas e sextas, às 21h. Até 29 de julho. 

SOBREVIVENTES DO HOLOCAUSTO – Estreia dia 23 de julho de 2022, sábado, às 21h. Roteiro e direção: Rogério Nagai. Elenco: Marika Gidali, Joshua Strul, Andor Stern (em vídeo) e Rogério Nagai. Duração: 60 minutos. Gênero: Teatro-documentário.  Recomendação: 10 anos. Ingressos: R$ 20,00 (inteira) e R$ 10,00 (meia). Sábados, às 21h e domingos, às 19h. Até 31 de julho. 

TEATRO POPULAR JOÃO CAETANO – Rua Borges Lagoa, 650 – Vila Clementino, São Paulo, SP. Telefone: (11) 5573-3774. Capacidade 422 lugares. Bilheteria abre uma hora antes do início do espetáculo. Venda de ingressos antecipados através da plataforma Sympla. Ar-condicionado. Acesso para pessoas com deficiência. Aceita cartões de débito e crédito. Não aceita pix.

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DIRETOR:

Rogério Nagai: Ator profissional formado pelo Teatro-Escola Macunaíma, além de produtor cultural e palestrante. Cursou pós-graduação em Fundamentos da Cultura e das Artes pela UNESP. Atuou em diversos espetáculos e filmes publicitários. Trabalhou com nomes importantes do teatro como José Renato (fundador do Teatro de Arena), Gabriela Rabelo, Pietro Floridia (Itália), entre outros. Realizou diversos cursos e workshops com profissionais como João das Neves, Chico de Assis, Flávio Desgranges, Laís Bodandzky, Beto Silveira, entre outros. Atuou também no espetáculo O Legítimo Pai da Bomba Atômica, com direção de Gabriela Rabelo, premiado pela Secretaria de Cultura pela 6ª edição do prêmio Zé Renato de Teatro e indicado aos prêmios de melhor figurino e melhor dramaturgia pela crítica teatral Aplauso Brasil. É idealizador e coordenador geral do projeto Sobreviventes pela Paz. Em 2019, recebeu o Colar de Honra ao Mérito da ALESP – Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, pelos relevantes serviços prestados a comunidade em prol da paz.

BIOGRAFIA DOS SOBREVIVENTES:

KUNIHIKO BONKOHARA (sobrevivente da bomba atômica de Hiroshima): Tem 82 anos, nasceu em Shizuoka e se mudou para Hiroshima 4 meses antes do lançamento da bomba, por causa do trabalho do pai, engenheiro civil, que havia sido transferido para a cidade. Tinha 5 anos no dia da explosão, estava no escritório do pai, que ficava a 2 km do epicentro da explosão. Aos 20 anos foi diagnosticado com problema cardíaco e depois desse diagnóstico, por achar que iria viver pouco tempo, partiu para o Brasil. A partir de 2005, começou a fazer palestras contando sua história. Em 2010, embarcou no Peace Boat (navio da paz) para ministrar palestras voluntariamente em prol da paz, onde já esteve em quase 50 países. Atualmente é vice-presidente da Associação Hibakusha Brasil pela Paz. Desde 2013, atua no espetáculo de teatro-documental Os Três Sobreviventes de Hiroshima dentro do projeto Sobreviventes pela Paz. Em 2019, recebeu o Colar de Honra ao Mérito da ALESP pelos relevantes serviços prestados a comunidade em prol da paz.

TAKASHI MORITA (sobrevivente da bomba atômica de Hiroshima): Tem 98 anos, nasceu em Hiroshima em fevereiro de 1924. Nasceu morto e foi ressuscitado pelo pai.  Aos 20 anos entrou para a Academia Militar e logo foi aprovado para fazer parte de um pelotão especial do Exército Imperial Japonês. No dia da explosão marchava com um pelotão pelas ruas a cerca de 1.200 metros do epicentro. Viu um clarão e logo em seguida foi golpeado pelas costas e arremessado por cerca de 12 metros ao chão. Mesmo ferido continuou por mais 2 dias ajudando na cidade. Durante o verão de 1950, sofria com problemas da radiação, desenvolveu leucemia. Em busca de condições de vida melhores e um clima mais favorável para sua saúde partiu para o Brasil em 1956, junto de sua família. Em 2008, fez parte do grupo que viajou no Peace Boat (Navio da Paz) e participou de congressos na ONU e já esteve em mais de 30 países voluntariamente propagando a mensagem de paz para que os horrores da guerra nunca mais aconteçam. Em 2015, recebeu o título de cidadão paulistano pela câmara municipal de São Paulo, e em abril de 2017, lançou o livro A última mensagem de Hiroshima pela Universo dos Livros. Desde 2013, protagoniza o espetáculo de teatro-documental Os Três Sobreviventes de Hiroshima, sob direção de Rogério Nagai, do qual narra o que viu e como sobreviveu a bomba atômica. Em 2019, recebeu o Colar de Honra ao Mérito da ALESP – Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo pelos relevantes serviços prestados a comunidade em prol da paz.

JUNKO WATANABE (sobrevivente da bomba atômica de Hiroshima): Tem 79 anos, tinha apenas 2 anos de idade em 6 de agosto de 1945. Estava a 18 km do ponto zero. Foi atingida pela chuva negra (chuva radioativa) enquanto brincava com o irmão no pátio de um templo. Depois de alguns dias, começou a ter forte diarreia durante todos os dias e seus pais achavam que ela não iria sobreviver. Aos 24 anos veio para o Brasil sozinha de navio depois de se casar com um japonês que aqui vivia. Teve dois filhos e netos. Aos 60 anos, depois de se aposentar, conheceu o trabalho da Associação e começou a participar de suas atividades. A partir do trabalho na Associação obteve mais conhecimento sobre os horrores da bomba atômica e suas consequências. Desde 2005, faz palestras em escolas contando sua história na conscientização dos jovens e adultos. Depois de alguns anos passou a desenvolver problemas nos ossos. Em 2008, fez parte de um grupo de 103 sobreviventes que embarcaram no navio Peace Boat e viajaram pelo mundo contando suas histórias e divulgando a cultura pela paz. Desde 2013 atua no espetáculo de teatro-documental Os Três Sobreviventes de Hiroshima dentro do projeto Sobreviventes pela Paz. Em 2019, recebeu o Colar de Honra ao Mérito da ALESP – Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, pelos relevantes serviços prestados a comunidade em prol da paz, sendo a mais alta honraria do legislativo paulista.

ANDOR STERN (sobrevivente do Holocausto, em vídeo): Nasceu em São Paulo no dia 17 de junho de 1928, filho de um médico Húngaro da mineradora Anglo Gold e de Julia Schgerin uma mulher de descendência alemã. A vida de Andor Stern sempre foi itinerante, aos 3 anos de idade, seu pai recebeu uma oferta de emprego na Índia, que fez que toda sua família se mudasse de São Paulo, Stern passou alguns anos na Índia junto de sua família, quando seu pai que deveria ter voltado ao Brasil, decidiu levar todo o núcleo familiar para a Hungria para encontrar parentes. A infância de Andor na Hungria foi tranquila e comum, mas as coisas mudaram quando em 1939, a Invasão da Polônia por Adolf Hitler fez com que a Segunda Guerra Mundial eclodisse na Europa. Stern passou um tempo tranquilo até que o Brasil se alinha com os Aliados, em agosto de 1942, contra o Eixo (Segunda Guerra Mundial) o qual a Hungria fazia parte, fez com que ele fosse detido por autoridades húngaras por ser considerado um inimigo estrangeiro.

MARIKA GIDALI (sobrevivente do Holocausto): Tem 85 anos, nasceu em Budapeste, Hungria em 29 de abril de 1937. É bailarina e sobrevivente do Holocausto. Esteve no gueto em Budapeste e só não foi enviada para Auschwitz por milagre. Sua mãe escapou da marcha da morte e seu pai foi enviado para campos de trabalhos forçados. No Brasil, Marika iniciou seus estudos de dança em São Paulo. Atuou como bailarina no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, Ballet do Teatro Cultura Artística e Ballet IV Centenário. É fundadora e diretora do Ballet Stagium junto com Décio Otero. Trabalhou em espetáculos teatrais como coreógrafa e assistente de direção, atuando ao lado de importantes nomes da cena brasileira: Ademar Guerra, Flávio Rangel, Silney Siqueira, Oswaldo Mendes, entre outros. É ganhadora do Prêmio Cultural Blue Life, como uma das mulheres de destaque. É detentora da Medalha de Ordem do Rio Branco, por sua relevante contribuição à cultura brasileira. Também ganhou o Prêmio Nacional Jorge Amado de Literatura e Arte, edição 2005, o Ilanud-Unicef (Prêmio Sócio-Educando), o Prêmio UNESCO (Mérito Artístico) e o Mérito Cultural, da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo, entre muitas outras premiações que a bailarina recebeu.

JOSHUA STRUL (sobrevivente do Holocausto): Tem 89 anos, nasceu em 1933, na cidade de Moinestei – Romênia. Em outubro de 1941, foi expulso de sua cidade natal e levado para Campo de Concentração de Bacão, no bairro mais pobre sem saneamento básico e em péssimas condições de higiene e infraestrutura. Ficou no campo até agosto de 1944. Foi levado para a estação ferroviária para ser transportado para Auschwitz no final do ano de 1942. Os guardas mencionaram que iriam ser transferidos para outro país para trabalho com condições melhores. Não foi transferido porque deu problema no trem devido a forte nevasca que caiu no momento do embarque. Seus tios por parte de mãe foram todos executados em Auschtiwz. Em 1956, veio para o Brasil sozinho, trabalhou como vendedor ambulante e se tornou posteriormente empresário. Aqui se casou e constituiu uma grande família e prosperou. Hoje ministra palestras ao redor do Brasil contando suas experiências no combate ao antissemitismo e discriminação.


SUGESTÕES DE PAUTA: reportagem@gruposulnews.com.br

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