Nos últimos 15 dias, houve um disparo no número de óbitos na cidade e, dos 96 distritos, 11 já tem mais de 100 óbitos. Na Zona Sul, a maioria dos bairros dobrou o número de mortes entre 30 de abril e 14 de maio, com destaque para o Jardim São Luís, Campo Grande e Parelheiros
Novos dados da Prefeitura de São Paulo mostram que a Zona Sul da cidade contabilizou, até o dia 14 de maio, mais de 1.100 óbitos pelo novo coronavírus. Um mapa, até 30 de abril, registrava 600 mortes na Zona Sul.
Segundo o novo mapa, são: 4 mortes em Marsilac, 14 na Capela do Socorro, 32 em Santo Amaro, 34 em Moema, 40 em Pedreira, 44 no Campo Grande, 46 no Itaim Bibi, 47 no Campo Belo, 56 no Campo Limpo, 58 em Parelheiros, 60 na Vila Mariana, 83 em Cidade Dutra, 89 no Jabaquara, 101 em Cidade Ademar, 106 no Jardim Ângela, 118 no Jardim São Luís, 125 no Grajaú e 126 no Capão Redondo.
Nos últimos 15 dias, houve um disparo no número de óbitos na cidade e, dos 96 distritos, 11 já tem mais de 100 óbitos. Para cientistas, isso significa um alerta de que o pico de mortes pode virar um platô. “O que pode ocorrer é não termos um pico de mortes, mas um platô, uma curva que fica um tempão lá no alto, com muitas novas mortes por dia. A gente queria que esse platô de casos ficasse sempre abaixo da capacidade das UTIs, mas não é essa a tendência que está se desenhando em São Paulo”, afirma a imunologista Ester Sabino, professora na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).
Em apenas um mês, o número de mortes cresceu 432% na capital paulista e, daqui a 15 dias, o sistema de saúde pode realmente entrar em colapso. “Em 15 dias, o sistema de saúde de São Paulo estará profundamente comprometido, mesmo com todo o esforço feito até agora na ampliação de leitos. Isso tudo será insuficiente para o grau de evolução que nós temos neste momento da doença”, disse o secretário municipal de saúde, Edson Aparecido.
Até o último domingo (17), a capital registrava 91% de ocupação nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs): são 1.900 pacientes internados, sendo 491 nas UTIs e 370 com ventilação mecânica.
Na Zona Sul, a maioria dos bairros dobrou o número de óbitos entre 30 de abril e 14 de maio: o Jardim São Luís teve um aumento de 115% nas mortes, indo de 55 para 118 casos fatais; Campo Grande foi de 19 para 44 óbitos, num crescimento de 132% das mortes; porém, Parelheiros lidera a elevação de óbitos com 142%, indo de 24 para 58 casos, o que representa 37,8 mortes a cada 100 mil habitantes, para uma região que tem 150 mil moradores.
Nesta segunda-feira (18), o Estado de São Paulo chegou a 4.823 mortes e 63.006 casos confirmados de Covid-19, ultrapassando vários países, como o México, a Bélgica e a Arábia Saudita.
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