O primeiro lote da Coronavac terá 300 mil doses e, até janeiro, cerca de 40 milhões de doses serão fabricadas. O plano de vacinação do Governo de São Paulo deve começar em 25 de janeiro, com prioridade para profissionais da Saúde, idosos com mais de 60 anos, indígenas e quilombolas
O Instituto Butantan iniciou a produção da vacina Coronavac contra a Covid-19. Com 1.880 metros quadrados de área produtiva e 245 profissionais, o Governo de São Paulo produz o imunizante com a matéria prima que veio da China, enviada pela farmacêutica Sinovac, parceira do Butantan na produção da vacina.
“É um momento histórico que orgulha todos nós, brasileiros. O Butantan mais uma vez sai à frente e começa a produzir uma vacina que vai salvar milhões de brasileiros. Para fazer a quantidade que a urgência nos impõe, a fábrica que funcionava em escalas passará a funcionar 24 horas por dia, sete dias por semana. Com isso, a capacidade de produção da vacina chegará a um milhão de doses por dia. Não é só São Paulo que tem pressa, é o povo brasileiro”, afirmou o governador João Doria.
São seis máquinas principais que fazem o envase do extrato composto da vacina, a rotulagem e a embalagem do imunizante. Para reforçar a produção da vacina, outros 120 novos funcionários serão contratados.
O primeiro lote da Coronavac terá 300 mil doses e, até janeiro, cerca de 40 milhões de doses serão fabricadas. Segundo o Governo de SP, “a Coronavac tem composição semelhante a outros imunizantes produzidos pelo Butantan, o que facilita e agiliza o processo de envase”.
E nesta quinta-feira (10), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou as regras que autorizam o uso emergencial e em caráter experimental das vacinas contra a Covid-19. Ou seja, agora a Anvisa pode analisar os pedidos dos laboratórios e aprovar ou não a aplicação das doses de alguma vacina.
Segundo a agência, nenhuma vacina em testes no Brasil pediu o registro de uso emergencial.
No início da semana, o Governo de São Paulo anunciou o plano estadual de vacinação contra a Covid-19, que vai dar prioridade para profissionais da Saúde, idosos com mais de 60 anos, indígenas e quilombolas.
A previsão é que a vacinação, com a Coronavac, comece em 25 de janeiro. Confira o cronograma da vacinação:
DOSE 1
- 25/01 Profissionais da Saúde, indígenas e quilombolas
- 08/02 Pessoas com 75 anos ou mais
- 15/02 Pessoas com 70 a 74 anos
- 22/02 Pessoas com 65 a 69 anos
- 01/03 Pessoas com 60 a 64 anos
DOSE 2
- 15/02 Profissionais da Saúde, indígenas e quilombolas
- 01/03 Pessoas com 75 anos ou mais
- 08/03 Pessoas com 70 a 74 anos
- 15/03 Pessoas com 65 a 69 anos
- 22/03 Pessoas com 60 a 64 anos
CRESCIMENTO DOS CASOS E MORTES DE COVID-19
Nesta quinta-feira (10), integrantes do Centro de Contingência contra a Covid-19 disseram que o contágio está mais alto neste mês de dezembro do que em julho, mês do primeiro pico da pandemia.
“Então isso requer um cuidado muito grande no mês de dezembro. Primeiro nós temos que retomar a questão do fique em casa e aquela saudação que nós fazemos normalmente ‘boas festas’, nós temos que abolir, nós temos que trocar ‘boas festas’ por ‘fique em casa’”, disse José Medina, coordenador do Centro de Contingência da Covid-19.
Além disso, entre novembro e dezembro, a média de novos casos de coronavírus no Estado cresceu de 20 mil para 40 mil, sendo que no primeiro pico da pandemia, esse crescimento levou três meses para acontecer.
A média móvel de casos dos últimos sete dias, por exemplo, estava em 21.579 no dia 1º de dezembro. Mas ontem (9), essa média da última semana subiu para 41.926.
“O crescimento desse segundo pico é muito mais acentuado porque a base de infectantes é muito maior. No começo tinha região que tinha um determinado número de casos, enquanto outros estados, outras regiões do estado de São Paulo não tinha nem um caso. Hoje todas as cidades brasileiras têm muito mais do que um paciente que tá contagiado e que é um paciente infectante”, explicou o coordenador.