Doenças da Retina: Especialista alerta sobre os tipos mais comuns

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A retina é a parte mais interna do olho e recobre toda a sua respectiva superfície posterior. Um tecido nervoso muito sensível, fino e frágil constituído de várias camadas. Nela encontram-se as células que permitem a visão, chamadas de cones e bastonetes. Sua porção principal e com a qual enxergamos com mais nitidez chama-se mácula.

Existem inúmeras doenças que podem afetar a retina: doenças hereditárias, degenerativas, inflamatórias, infecciosas e traumáticas. De acordo com o Oftalmologista do Grupo São Cristóvão Saúde, Dr. André Vieira Gomes, as doenças da retina têm um potencial de gravidade importante e que podem acarretar perdas visuais consideráveis, caso não sejam diagnosticadas de forma precoce e adequada.

O tratamento correto e imediato evita a progressão e prescinde perdas visuais definitivas. “Muitas estão incluídas nas causas que chamamos de cegueiras evitáveis. Por isso, a conscientização da população é algo imperativo para minimizar seus efeitos na sociedade”, afirma o especialista.

As principais causas de cegueira evitável de origem retiniana são a Retinopatia Diabética, a Degeneração Macular Relacionada à Idade, a Miopia Degenerativa, as Doenças Oclusivas dos Vasos Retinianos e os Descolamentos da Retina.

A Retinopatia Diabética está associada ao descontrole, a variabilidade e ao tempo do Diabetes. Hemorragias, infartos, descolamentos e edemas podem surgir nas retinas de pacientes com diabetes, especialmente os menos controlados e com mais de 10 anos da doença. O diagnóstico e tratamento adequado evitam que esses pacientes possam evoluir para perdas visuais graves, sendo imperativo o Mapeamento de Retina anual em todos os pacientes para a adequada detecção precoce da doença. Quando necessário, utilizam-se aplicações de fotocoagulação a laser, medicamentos injetados intra-ocularmente e até cirurgias complexas, chamadas de vitrectomia.

A Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI) é a principal causa de perda visual em indivíduos brancos, no mundo ocidental e acima de 55 anos de idade. Existe um componente genético na doença e que afeta a região central da retina, a já mencionada mácula. Existem duas variantes, a forma seca e a forma hemorrágica ou exsudativa. A seca é mais frequente e menos grave.

A hemorrágica compreende ao redor de 15 % dos casos e pode levar a perdas visuais mais intensas e de difícil tratamento. Os pacientes apresentam manchas, borramentos e tortuosidades no campo de visão central. O tratamento da forma seca envolve proteção solar, dieta adequada e uso de vitaminas específicas. Já a forma hemorrágica emprega o uso de aplicações intraoculares de medicamentos específicos quimioterápicos, chamados de Antiangiogênicos.

“O mundo está ficando míope! Com o uso intenso de celulares, tablets e computadores, do o ‘mundo’ ficou muito próximo. Tal fato tem tornado a população infantil cada vez mais míope. Um olho míope é um olho grande e com suas estruturas internas mais finas. Isso acarreta mais problemas de retina. Entretanto, essa é a miopia ‘escolar’ e mais benigna, usualmente até os 6 graus. Do outro lado está a miopia chamada de patológica ou degenerativa (acima de 10 graus). Esta pode acarretar lesões extensas na retina e carece de acompanhamento minucioso pelo especialista. Tratamentos com laser, cirurgias e outras orientações cotidianas podem ser necessárias. O ato de coçar fortemente os olhos é prejudicial, pois pode machucar o fundo do olho!”, declara Dr. André.

Doenças sistêmicas como a hipertensão arterial, problemas de colesterol e triglicerídeos, o diabetes, entre outras, podem levar ao entupimento de veias de retina. Tal fato pode acarretar perdas visuais agudas e que requerem detecção e tratamento precoce. A intervenção médica imediata pode evitar grandes sequelas visuais. Tratamentos recentes com medicamentos aplicados por via intravítrea ou intraocular posterior mudaram a evolução dessas afecções na última década.

Todavia, doenças da retina podem ocorrer de forma espontânea e aguda. Uma delas é o descolamento da retina. Embora ele possa estar associado a traumas diretos nos olhos, a grande maioria ocorre sem aviso. Os pacientes geralmente apresentam flashes luminosos na periferia do campo visual, associados às “moscas volantes” ou “floaters” na frente do campo visual. A retina pode se rasgar e causar o descolamento. Isso acomete usualmente pessoas acima dos 50 anos de idade, quando a gelatina que preenche o olho (chamada de humor vítreo) começa seu processo de soltura da superfície retiniana, míopes ou não.

As pessoas míopes, por apresentarem uma retina mais fina, estão mais propensas ao descolamento de retina. Neste caso a idade não importa. O míope pode apresentar lesões predisponentes e descolamentos mais cedo.

Como relatado acima, “nossos olhos, mesmo sendo estruturas pequenas, podem apresentar uma miríade de problemas. A retina é uma das partes mais sensíveis deles. Contudo, a natureza é sábia e, invariavelmente, protege bem as estruturas internas. Nada disso, entretanto, justifica não cuidarmos apropriadamente da nossa visão. Uma visita periódica ao Oftalmologista se faz imperativa e o especialista em retina pode orientar e diagnosticar adequadamente os problemas do fundo do olho”, finaliza Dr. André.


SUGESTÕES DE PAUTA: reportagem@gruposulnews.com.br

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