A Carreata de Volta ao Trabalho foi organizada por comerciantes de Santo Amaro e teve a participação do Capitão Camasano
“Carreata reivindicando o direito a volta ao trabalho. São comerciantes, profissionais liberais, profissionais autônomos que precisam trabalhar. A gente precisa parar de hipocrisia, gente. Fica em casa? Fica em casa quem precisa ficar: os grupos de risco, que são os idosos, pessoas que têm problemas crônicos de saúde. Agora, quem precisa trabalhar tá querendo voltar ao trabalho porque ficar em casa com as contas vencendo e a geladeira vazia, um pai e uma mãe de família entra em desespero. Então, nossa reivindicação é essa hoje”.
Foi com essa mensagem, divulgada nas redes sociais, que o Capitão Camasano, da 3ª Companhia do 27º Batalhão da Polícia Militar (na região de Interlagos e Cidade Dutra), convidou a população da Zona Sul para participar de uma Carreata de Volta ao Trabalho, organizada por comerciantes de Santo Amaro, que aconteceu no dia 26 de abril. Os manifestantes saíram da Ponte Laguna, região de Santo Amaro, passaram pela Marginal Pinheiros e Av. Paulista, e terminaram na Ponte Estaiada.
Vestidos de verde e amarelo, cerca de 100 pessoas pediram a abertura do comércio, o que, para o capitão Camasano, é necessário já que muitas pessoas estão passando necessidades por causa da crise econômica gerada pela pandemia do coronavírus.
“Se essa quarentena se estender mais ainda, vai causar um caos na cidade de São Paulo, porque tem gente já passando necessidade: não consegue pagar as contas, o aluguel, comida. Acho que vai começar a ficar crítica a situação”, disse.
Segundo a Associação Comercial de São Paulo, por causa do isolamento social e do fechamento dos estabelecimentos não essenciais, houve uma queda de 62% nas vendas do comércio no mês de abril, em comparação com o ano passado. “O levantamento mostra que o movimento de vendas a prazo, que inclui bens duráveis, como eletrodomésticos, caiu 56,5% comparado a abril de 2019. Já as vendas à vista, que incluem itens de menor valor, como vestuário e calçados, recuaram 69%”, informa a ACSP.
Para que a economia volte a ter vida, o Capitão Camasano acredita que apenas pessoas do grupo de risco deveriam permanecer em isolamento. “Eu sou totalmente contra o isolamento horizontal. Eu sou a favor do isolamento vertical, porque tem pessoas que precisam trabalhar. Se não sair na rua todo dia não conseguem trazer o pão pra casa. Logicamente, as pessoas que necessitam ficar em casa, que são os grupos de risco, os idosos, pessoas com doenças crônicas, essas pessoas necessitam realmente porque tem a saúde um pouco mais fragilizada. E quem pode ficar em casa tudo bem; agora, quem precisa trabalhar, seria muito mais viável o isolamento vertical”, diz.
Para, então, abrir o comércio, o ideal seria conscientizar as pessoas da importância de usar máscaras e se higienizar. “Tem que haver uma campanha de conscientização, todos os cuidados necessários. Quem estiver supondo que está infectado pela Covid-19, procurar imediatamente a rede de saúde pra não haver o contágio de outras pessoas”, alerta.
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