Bloqueios em vias da capital são suspensos após prejudicar profissionais da saúde

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Na Zona Sul, os bloqueios aconteceram segunda (4) e terça-feira (5) na Av. Moreira Guimarães, perto do Aeroporto de Congonhas. Porém, ambulâncias foram impedidas de passar pela faixa que estava liberada e profissionais da saúde relataram atrasos para chegar aos hospitais por causa do trânsito


Congestionamento foi a ideia da Prefeitura para estimular a população a ficar em casa e aumentar as taxas de isolamento social na cidade que, nos dias úteis, tem ficado abaixo de 50%. Porém, essa ideia não deu certo.

Nos dias 4 e 5 de maio, algumas vias da capital paulista foram bloqueadas das 7h às 9h, no sentido centro. Foi registrado cerca de 18 km de congestionamento nessas regiões, já que apenas uma faixa de rolamento estava disponível para os veículos.

Na última segunda-feira (4), primeiro dia de bloqueios, a CET registrou picos de lentidão nas avenidas Washington Luís (11,76%), Raimundo Pereira de Magalhães (10,54%), Radial Leste (9,85%), Carlos Caldeira Filho (8,10%) e na Estrada de Itapecerica (7,39%).

Na Zona Sul, os bloqueios aconteceram na Av. Moreira Guimarães, perto do Aeroporto de Congonhas. Neste mesmo local, ambulâncias foram impedidas de passar pela única faixa que estava liberada e profissionais da saúde relataram atrasos para chegar aos hospitais por causa do trânsito.

Os bloqueios, então, foram suspensos e não aconteceram nesta quarta-feira (6). Apenas uma ação educativa foi feita na Av. Yervant Kissajikian, via importante da Cidade Ademar, para alertar motoristas e pedestres a usarem máscaras e ficarem em casa.

“A intervenção possibilita a exibição de mensagens por profissionais de saúde aos motoristas, lembrando sobre as medidas essenciais para prevenir a disseminação da doença”, diz comunicado da Prefeitura.

Além disso, a Promotoria de Justiça de Habitação e Urbanismo do Ministério Público de São Paulo instaurou um inquérito para saber quais são os estudos que embasaram a adoção dos bloqueios, se foram estudadas as consequências para a circulação do transporte e se a Prefeitura planeja ampliar os bloqueios para outras vias da cidade.

Nos dois dias de bloqueios, a taxa de isolamento social na cidade de São Paulo atingiu 47%, o que, segundo o governador João Doria, não permite flexibilizar a quarentena. “Nós temos dito e repetido que nenhuma medida de flexibilização será adotada no estado de São Paulo se não tivermos a média entre 50 e 60%. Essa é a orientação da medicina, da ciência e da saúde. Infelizmente não estamos alcançando essa média”, afirmou.


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