A ascensão da popularidade do ChatGPT trouxe à tona a discussão sobre sua aplicação, o papel da inteligência artificial generativa (IAG) e o quanto ela, de fato, é benéfica para os negócios e para todos aqueles que a manuseiam.
Embora o setor de seguros seja uma parte vital da economia global há séculos, fornecendo a indivíduos e empresas proteção financeira contra riscos imprevistos, a indústria permaneceu relativamente inalterada em termos de seus principais processos e interações com os clientes.
A fraude de seguros ainda é uma questão significativa que custa à indústria mundial bilhões de dólares anualmente. Tanto é que, segundo relatório divulgado pela Confederação Nacional das Seguradoras (CNSeg), no 1º semestre de 2021, 15,6% dos sinistros registrados no país foram classificados como suspeitos – e o valor das fraudes comprovadas neste período somam R$ 349,3 milhões.
Um dos processos que visam mitigar esses índices é a validação de identidade, pois, assim, a seguradora consegue verificar os dados relacionados àquele cliente, como documentos, dados cadastrais e dados biométricos para prevenir que fraudadores não tenham acesso aos produtos e serviços da companhia. O Brasil possui um alto índice de fraude de identidade.
As seguradoras tradicionalmente contam com profissionais dedicados a identificar e investigar alegações suspeitas para combater fraudes. Contudo, esse processo é caro e demorado, e nem sempre é efetivo para punir os fraudadores.
A grande vantagem do ChatGPT é sua capacidade de analisar grandes volumes de dados em tempo real e identificar padrões e anomalias com alto grau de precisão ajudando as empresas a tomar medidas imediatas para proteger seus clientes e ativos. Isso pode incluir o exame de comunicação escrita ou verbal em busca de sinais de engano, como inconsistências em histórias ou padrões de linguagem específicos comumente associados à desonestidade. O emprego dessas tecnologias em processos de análise, por sua vez, permite às seguradoras liberar os profissionais que atuam na investigação de fraudes para focarem em casos mais complexos.
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Paulo Cesar Pissardo é Diretor de Seguros Brasil na GFT Technologies
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