Após 50 anos de ocupação, Prefeitura retira famílias de favela na Vila Olímpia

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Desde a década de 90, os moradores da Favela Coliseu esperam que a Prefeitura construa unidades habitacionais, porém, nenhum prefeito consegue tirar o projeto do papel. A promessa agora é de entregar as moradias em 2022


No meio de um dos bairros mais nobres da capital paulista, rodeada por edifícios enormes, prédios comerciais, hotéis cinco estrelas e shoppings de luxo: uma favela. A Favela Coliseu, entre a Rua Coliseu e a Rua Funchal, próximo à estação Vila Olímpia, da Linha 9-Esmeralda da CPTM.

Na última terça-feira (28), a Prefeitura fez uma ação de reintegração de posse da área e as últimas famílias que lá ainda viviam tiveram que ir embora. A área começou a ser desocupada em 2016, após um incêndio.

O local ocupado há mais de 50 anos é motivo de brigas desde a década de 90, quando dois ex-prefeitos, Paulo Maluf (1993-1996) e Celso Pitta (1997-2000), tentaram remover os moradores da região. A Defensoria Pública do Estado, porém, barrou as ordens de despejo e, em 2004, a Câmara Municipal dos Vereadores garantiu a permanência dos moradores na área.

Então, em 2012, a Secretaria Municipal da Habitação aprovou um projeto para a construção de 252 unidades habitacionais, cada uma com 47 m². No projeto: 10 pavimentos residenciais e dois térreos, que seriam usados como espaços sociais e para obtenção de renda. O prazo de construção era de três anos.

Em 2017, Fernando Chucre, secretário municipal da Habitação na gestão João Doria, afirmou que o conjunto habitacional estaria pronto no final de 2019. “Três edifícios que estão propostos para serem implantados: dois de 110 unidades cada um e um terceiro edifício de 54. O prazo desse empreendimento é que até maio do ano que vem [2018] se inicie a construção e deve estar pronto até o final de 2019”.

Até a Eletropaulo, na época, barrou a construção das moradias por problemas na infraestrutura elétrica, já que um poste que distribui energia na região tinha que ser derrubado.

A Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal de Habitação, informou que “a desocupação ocorre para a construção de 272 unidades habitacionais e sete pontos (box) de comércio, com investimento de R$ 20.329.345,00. O início das obras está prevista para o mês de março. A conclusão de um empreendimento deste porte leva em média 24 meses. O empreendimento, que será construído com recursos da Operação Urbana Consorciada Faria Lima, atenderá demanda da própria comunidade. As 160 famílias cadastradas já receberam o auxílio mudança no valor de R$ 300, bem como a primeira parcela do auxílio moradia, estipulada em R$ 500 por ser uma desocupação vinculada à Operação Urbana Faria Lima. O auxílio será pago até o atendimento habitacional definitivo”.


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