O paciente, um homem de 61 anos, é morador da capital paulista e esteve na Itália entre 9 e 21 de fevereiro. As autoridades vão avaliar como o vírus se comporta no hemisfério Sul, composto por países que apresentam altas temperaturas, diferente da China
O Ministério da Saúde confirmou nesta quarta-feira (26), o primeiro caso do coronavírus no Brasil e na América Latina. O paciente, um homem de 61 anos, é morador da capital paulista e esteve na Itália entre 9 e 21 de fevereiro.
Segundo Luiz Henrique Mandetta, ministro da Saúde, as autoridades vão avaliar como o vírus se comporta no hemisfério Sul, composto por países que apresentam altas temperaturas, diferente da China. “Agora é que vamos ver como este vírus vai se comportar em um país tropical, durante o verão. Como vai ser o padrão de comportamento deste vírus, que é novo e pode manter o mesmo padrão de transmissão que apresentou no Hemisfério Norte, onde, nesta época, está fazendo frio”, disse o ministro.
O paciente diagnosticado com o vírus está em quarentena domiciliar. Por ser hipertenso e ter mais de 60 anos, ele faz parte dos pacientes que apresentam maior risco mas, até agora, seus sintomas são leves. Cerca de 30 pessoas da sua família também estão em observação porque tiveram contato com ele durante uma reunião. Nessa data, porém, o paciente não estava com os sintomas do vírus.
Os passageiros que estiveram no mesmo avião não serão postos em quarentena, mas, 16 deles, os que estavam mais próximos do paciente infectado, devem ser monitorados. Além de São Paulo, outros 20 casos de coronavírus são investigados pelo Ministério da Saúde: na Paraíba, em Pernambuco, no Espírito Santo, em Minas Gerais, no Rio de Janeiro e em Santa Catarina. Desses 20 casos, 12 pessoas estiveram na Itália.
Por causa do grande número de conexões nos voos, os procedimentos nos aeroportos não serão alterados e não haverá bloqueio de viagem para países suspeitos. “Não existe nenhuma tecnologia que possa nos dizer que quem está dentro de uma avião possa estar com o vírus ou não. A regra continua sendo: se tem sintomas, não viaje. Viajou? Informe as autoridades quando chega. Passou 14 dias da chegada, se sentir sintomas procure a rede de saúde da sua cidade”, explicou o ministro da Saúde.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, quando a pessoa é infectada, pode demorar 14 dias para os sintomas aparecerem e a transmissão pode infectar de três a sete pessoas.
Para monitorar e coordenar ações contra a propagação do novo coronavírus, o Governo de SP criou um Centro de Contingência do Coronavírus, que contará com profissionais do Instituto Butantan e médicos especialistas das redes pública e privada.
“Além dos sintomas como febre, dificuldade para respirar, tosse ou coriza é preciso observar outros aspectos epidemiológicos, como histórico de viagem em área com circulação do vírus ou mesmo contato próximo a algum caso suspeito ou confirmado laboratorialmente para COVID-19”, informou o Governo do Estado.
CORONAVÍRUS = COVID-19
Conhecido desde 1960, o novo coronavírus foi denominado de Covid-19. O primeiro alerta do coronavírus para a Organização Mundial da Saúde aconteceu em 31 de dezembro de 2019, já que a cidade de Wuhan, na China, registrou vários casos de pneumonia. Então, um mercado de peixes e mariscos da cidade foi fechado, suspeito de ser o foco transmissor do vírus.
Vários países já registraram casos de transmissão do vírus: EUA, Alemanha, Austrália, Canadá, Coreia do Sul, Japão, Malásia, Nepal, Tailândia, entre outros.
Confira dicas de prevenção:
- Cobrir a boca e nariz ao espirrar ou tossir
- Usar máscaras, principalmente se for viajar para fora do país
- Limpar sempre o ambiente e mantê-lo ventilado
- Não compartilhar objetos de uso pessoal
- Usar álcool em gel nas mãos
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