Zona Sul registra a segunda morte na capital paulista por falta de UTI para Covid-19

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No total, o Estado de São Paulo tem mais de 30 mil pessoas internadas por causa da Covid-19. E o mês de março de 2021 já é o mês mais mortal no Estado devido ao coronavírus: quase 10 mil mortes entre 1º e 24 de março


A segunda morte por falta de leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da capital paulista aconteceu na Zona Sul: uma idosa de 72 anos que morreu na última quarta-feira (24), na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Campo Limpo.

“Na segunda-feira (22) à noite, o médico informou que a cada minuto que ela estava viva era um milagre. O rim dela parou de funcionar. Sem uma UTI, ela não teria chance de sobreviver”, afirma Eliane Cruz, sobrinha da vítima Deusira Cruz.

A primeira morte por falta de UTI foi registrada no dia 13 de março, na Zona Leste, e a vítima foi um jovem de 22 anos. Outras duas mortes por falta de UTI também foram confirmadas nesta quinta-feira (25) e também aconteceram na Zona Leste.

Até a última terça-feira (23), a capital paulista registrava uma fila de espera por um leito de UTI de 606 pessoas. No total, o Estado de São Paulo tem mais de 30 mil pessoas internadas por causa da Covid-19. Mais de 12 pacientes estão nas UTIs e mais de 17 mil estão nas enfermarias.

O caos na saúde é visto nos hospitais. Mais de 20 hospitais estaduais estão com todos os leitos de UTI ocupados, sendo dois na Zona Sul de São Paulo: Instituto Dante Pazzanese, em Moema; e Hospital Geral de Pedreira, na região do Campo Grande.

O mês de março de 2021 já é o mês mais mortal no Estado de São Paulo por causa da Covid-19: quase 10 mil mortes entre os dias 1º e 24 de março.

De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde do Estado, pacientes com quadro gravíssimo estão sobrevivendo menos do que na primeira onda, em 2020. Até o dia 8 de março, os pacientes morreram com menos de 11 dias nas UTIs, sendo que, no final do ano passado, a média de internação até o óbito era de 14 dias.

“Uma das situações que pode ter ocorrido, temos bastantes indícios sobre isso, é que, dada a escassez de leitos de UTI, porque leitos de UTI são um recurso finito, não dá para aumentá-los indefinidamente, alguns pacientes vão para a UTI quando já estão muito graves e isso também reduz o seu tempo de permanência na UTI. Muitas vezes, eles vão e, em pouco tempo, infelizmente acabam falecendo. Isso junto com possível maior gravidade da cepa são algumas respostas para esse achado”, diz Carlos Magno Fortaleza, infectologista e integrante do centro de contingência de São Paulo.


SUGESTÕES DE PAUTA: reportagem@gruposulnews.com.br

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