Volta às aulas presenciais: especialistas em educação precisam ser ouvidos

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O debate sobre o retorno às aulas presenciais continua rodeado de opiniões de especialistas em saúde, governantes e familiares. Mas não temos ouvido quem mais conhece as escolas: professores e demais envolvidos na educação.

Esses profissionais têm-nos mostrado que não há condições reais de segurança sanitária para a comunidade escolar e temem que essa responsabilidade recaia sobre seus ombros, deixando de serem professores para se tornarem fiscais de máscara e distanciamento social.

De um dia para o outro, adaptaram seu modo de trabalhar e operam com planejamentos em constante transformação, temendo que a tão almejada qualidade da educação fique de lado por uma questão que também é social e de saúde.

Outros especialistas demonstram cientificamente o risco de se manter pessoas em um mesmo ambiente por muito tempo, alertam para a grande quantidade de contatos cruzados, o aumento da circulação de pessoas na cidade e lembram que a vacina está aí e também deveria ser oferecida como prioridade para agentes educacionais.

A escola é uma instituição fundamental para o desenvolvimento humano e não pode ser responsável pelas dificuldades sociais de seus alunos. Precisamos ouvir com respeito e atenção o que os profissionais da educação dizem sobre as necessidades desse ambiente e quais os riscos e as possibilidades da reabertura neste momento, para que essa decisão deixe de ser uma pressão política e passe a ser técnica.

E que o governo invista de uma vez por todas na educação, vacinando seus profissionais, amparando e estruturando as escolas e as famílias e acionando órgãos e medidas sociais com redes de amparo social, equipamentos eletrônicos, acesso ao mundo virtual, merendas e materiais escolares, para manter os alunos saudáveis e estudando.


LARA MARIN é mestre em Estudos Culturais pela Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP. Autora do livro “A Cultura nos Livros Didáticos”

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