Servidores da Saúde protestam contra a privatização do Hospital do Campo Limpo

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Funcionários do hospital preveem demissões com a entrega do Hospital do Campo Limpo para a Organização Social de Saúde do Hospital Israelita Albert Einstein, a partir do dia 1º de agosto. O Sindicato dos Servidores Municipais de São Paulo afirma que os recursos que serão repassados para o Einstein podem ser investidos no hospital, de forma direta, para garantir o atendimento adequado para a população da Zona Sul


Nesta terça-feira (14), funcionários do Hospital do Campo Limpo fizeram um protesto contra a privatização da unidade de saúde. O protesto foi organizado pelo Sindicato dos Servidores Municipais de São Paulo (Sindisep) que temem demissões de funcionários com a entrega do Hospital para a Organização Social de Saúde do Hospital Israelita Albert Einstein, a partir do dia 1º de agosto.

“Os trabalhadores não sabem para onde irão. O hospital, que é referência da Zona Sul para ortopedia, neurocirurgia e saúde mental e o único público, pode causar ainda mais sofrimento à população pela perda de atendimento. Os recursos que serão repassados para a OSS podem ser investidos no hospital, de forma direta, para garantir o atendimento adequado para a população que, somente no distrito do Campo Limpo, contabiliza aproximadamente 650 mil pessoas”, afirma o Sindisep.

Com o repasse do Hospital para a iniciativa privada, o Einstein será responsável pelo Pronto-Socorro, UTI Adulto, UTI Pediátrica, centro cirúrgico, clínicas ortopédica e médica, 40 leitos da internação, além de todos os contratos de serviços terceirizados (nutrição, limpeza, segurança etc).

Um abaixo-assinado virtual foi lançado para impedir a privatização e conta com a assinatura de mais de 2 mil pessoas.

Um dos enfermeiros do hospital afirmou que a privatização vai eliminar algumas especialidades oferecidas pela unidade e que haverá diminuição do atendimento. “Vai virar um hospital de porta fechada. E com isso vai prejudicar o atendimento à população da região, como os bairros do Capão Redondo, Campo Limpo, São Luís, Jardim Ângela. O Hospital do Campo Limpo não está à venda. Não à extinção de especialidades! O Hospital do Campo Limpo é do povo e não de empresários. Nós todos temos que nos unir e vencer essa luta contra a privatização”, disse o enfermeiro Edmilson.

O Sindicato afirmou que o protesto seguiria as orientações sanitárias de distanciamento, uso de máscara e álcool gel para evitar o contágio da Covid-19. Porém, não houve muito distanciamento entre os manifestantes.

A Prefeitura de São Paulo informou que “o Hospital Municipal Dr. Fernando Mauro Pires da Rocha (HMFMPR) continua sob administração direta da Secretaria Municipal de Saúde (SMS). O novo contrato vai ampliar a equipe que trabalha na unidade para fortalecer o atendimento aos usuários nos setores de emergência e Centro Cirúrgico, Unidades de Terapia Intensiva Adulto e Pediátrica. Nenhum servidor será demitido ou transferido da unidade. Pelo contrário, estes profissionais irão apoiar nos procedimentos cirúrgicos eletivos. Vale ressaltar que todos os servidores atualmente lotados no hospital que atuam nesses setores serão realocados internamente, sem transferências para outra unidade de saúde ou alteração na sua escala de trabalho. A pasta esclarece que o hospital já recebe investimento com melhorias que começaram em novembro de 2019, como a reforma do Serviço de Alimentação e Nutrição, com investimento de mais de R$ 860 mil reais, além de reformas estruturais do 3º andar e a modernização do equipamento de tomografia”.


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