Com quatro pilotos na disputa, Matías perdeu o título em pit stop frustrado; Casagrande tira Daniel Serra da corrida é desclassificado, deixando o título nas mãos do experiente de 50 anos!
A temporada da Stock Car chegou ao fim com o grande final de semana com muita velocidade no Autódromo de Interlagos no final de semana entre 9 e 11 de dezembro. Tendo Rubens Barrichello bicampeão da categoria, quebrando o recorde do icônico piloto Ingo Hoffmann, como o novo piloto mais velho a conquistar a categoria, aos 50 anos de idade. (Ingo havia conquistado em 2002 com 49 anos).
O fim de semana começou com quatro pilotos na briga direta pelo título: 4º Matías Rossi (268 pontos); 3º Gabriel Casagrande (288 pontos); 2º Daniel Serra (290 pontos); e 1º Barrichello (298 pontos).
Na qualificação de sábado. Felipe Baptista, de apenas 19 anos, que não tem nada a ver com o campeonato, surpreendeu a todos fazendo sua incrível pole e desbancando os líderes do campeonato.
Matías Rossi largou em 2º, Daniel Serra em 3º, Rubens Barrichello 4º e Gabriel Casagrande teve de se contentar com um 8º lugar.
Mas logo na largada o público já podia sentir que as emoções viriam a acontecer de maneira intensa nessa disputa quádrupla.
Casagrande teve o início dos sonhos ao ultrapassar o 7º Alan Khodair e logo na sequencia desbancar o ex-piloto de Fórmula 1, Felipe Massa, conquistando a 6ª posição. Enquanto isso, chegando ainda na 4ª volta, Matías Rossi mostra que veio para o título, quando assumiu a liderança da corrida ultrapassando Felipe Baptista.
Mas a juventude de Felipe não significou nada com a experiência em não perder o controle mental e reassumir a liderança ainda na reta dos boxes no final da volta 4.
Enquanto isso Gabriel Casagrande já passara César Ramos e ficou na cola de Rubens Barrichello, e que Rubinho parecia estar com o carro menos equilibrado para a corrida do que os demais na disputa do título.
Engano do jornalista. Casagrande pressionou por duas voltas, mas acabou caindo para 6º lugar. Enquanto que Rubinho, que parecia estar com o carro mais lento entre os 4, começou a perseguir diretamente Daniel Serra, que teve a cautela de segurar o futuro bicampeão.
Ao abrir os boxes para o pit stop, após o Safety Car entrar com a batida de Thiago Vivacqua e ter tido o azar de passar por cima de uma sacola na pista, passando reto no S do Senna, aconteceu algo lamentável… Matías, ao entrar para fazer sua parada, teve o pit stop rápido por parte da equipe, mas que a equipe o liberou no mesmo instante em que o carro de Denis Navarro entrava para recolher o carro.
Com isso, Denis simplesmente fechou Matías na saída e bateu o carro de frente com a lateral do carro de Denis, ocasionando no desligamento do carro de Matías e abandono na corrida 1, batendo de frente com o fim do sonho de ser o primeiro estrangeiro a ser campeão da principal categoria de automobilismo do Brasil. Seria um baile de tango no templo do automobilismo brasileiro (Interlagos)!
Felipe Baptista se isolou na liderança e ninguém ameaçou tirar sua grande vitória na corrida 1. Daniel Serra em 2º, Rubens Barrichello em 3º e Gabriel Casagrande em 4º era pinta de que a corrida 2 teria de tudo para os três disputarem nas pistas a grande decisão do título.
A relargada da corrida 2 teve o grid invertido entre os 10 primeiros. Ricardo Maurício largou em 1º, enquanto Gabriel Casagrande, Rubens Barrichello e Daniel Serra largaram em 7º, 8º e 9º, respectivamente.
Logo na primeira curva, no S, os três candidatos ao título dividiram juntos o mesmo espaço da curva, que entre toques e acelerações, fez Rubinho rodar e ser acertado por outros pilotos, tendo o assoalho do carro na parte traseira amassado.
Gabriel Casagrande saiu da pista no lado de fora (no lado do contorno da saída dos boxes), não desacelerou e quando retornou as pistas bateu direto em Daniel Serra, que rodou e acabou abandonando a prova.
‘Foi um pouco decepcionante não poder brigar até a última volta na pista. Acho que tudo começou com o toque do Rubinho na segunda perna do S. Ele foi um pouco otimista, a gente acabou encostando, encostei no Gabriel, que quando saiu da pista voltou voltou me acertando e acabou sendo punido”, declarou o vice campeão Daniel Serra ao jornalista da Gazeta de Santo Amaro.
Na mesma cena, Júlio Campos, Rafael Suzuki e Alan Khodair se enroscaram e provocaram o Safety Car, que ajudou Rubinho a se arrastar nos boxes e tentar uma corrida de recuperação.
O título estava caindo no colo de Casagrande, quando a direção de prova anunciou que, devido sua manobra que tirou Daniel Serra da corrida, Casagrande recebeu a bandeira preta, sendo desclassificado da prova.
E o título que parecia ter caído no seu colo, foi parar nas mãos do piloto mais velho a conquistar o título de Stock Car!
“Se alguém falasse pra mim quando cheguei na formula 1 com 19 anos: “você vai ser bicampeão aos 50”, eu nem ia saber se ia estar correndo, então hoje eu tenho muita gratidão por este momento”, disse Rubinho para a TV da Stock Car após o título. E comemorou como uma criança ao lado de toda a família, que estava de perto assistindo!
Ricardo Maurício dominou de ponta a ponta a corrida 2 sem sustos. Felipe Massa vinha sustentando a segunda posição suportando a pressão que Nelsinho Piquet estava fazendo em uma bela disputa nas últimas voltas. O locutor no Autódromo comemorou antes do tempo falando no microfone que iriamos ver Felipe Massa no pódio e… o carro do Felipe deu pane na penultima volta, ele tentou recolher para o box, mas o carro não teve força nem para subir na entrada dos boxes, em um melancólico fim de temporada.
Quem agradeceu foi Nelson Piquet Jr. que herdou a 2º posição. Com Cesar Ramos completando o pódio da corrida 2.
STOCK CAR SERIES
A final da Stock Series também foi pra lá de emocionante após o título de Vitor Baspista, irmão mais velho do vencedor da prova 1 da Stock Pro, Felipe Baptista. Ao largar em último na corrida 2, Vitor passou as primeiras voltas ultrapassando e sendo ultrapassado em grande disputa no meio do pelotão, com Lucas Kohl, Arthur Leist, Gui Backes, Raphael Reis e Vinicius Papareli.
Enquanto isso, o 2º colocado no campeonato Zezinho Mugiatti, se isolou na liderança e parecia que ia terminar com uma vitória tranquila.
O que parecia tranquilo, tornou-se uma caça, volta por volta, quando Vitor Baptista se livrou do pelotão e assumiu a segunda colocação, sendo cerca de 0.2 s mais rápido por volta. Nas últimas 5 voltas, a diferença estava no visual com menos de 1.5 s de vantagem. A ultrapassagem aconteceu a cerca de 100 metros antes da bandeirada, tornando Vitor Baptista campeão com uma corrida magistral e um excelente vice-campeonato para Zezinho.
“Foi uma largada perfeita pulando de 6º pra 1º. Tinha que ir pra cima e usar todos os pushes. Mas por um erro de cálculo a gente achou que tinha 9 pushes, mas tinha 8. Tentei acionar na última volta para subir com o push e ganhar, não acionou” explicou Zezinho, que saiu em lágrimas do carro após a segunda posição, que foi altamente aclamado por familiares e equipe!
“Às vezes o ano acaba com azar para 2023 vir melhor. Vice-campeão. Não estou contente com o resultado, queria ser campeão. Agora é ver se subo para a principal ou continuo aqui. Mas que eu vou estar aqui ano que vem pode ter certeza que sim!”, finalizou o jovem Zezinho.
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