O casal foi encontrado em uma comunidade do Parque Cocaia, região do Grajaú: eles estavam amarrados e aguardavam a execução por cometerem pequenos furtos e roubos. Um homem de 52 anos foi preso, suspeito de envolvimento no crime, pois ele estava trabalhando como segurança do casal
Um jovem de 26 anos e uma moça de 23, ambos usuários de drogas, foram salvos pela Polícia Civil, ao serem encontrados amarrados numa casa em uma comunidade do Parque Cocaia, região do Grajaú.
Segundo a Polícia, o casal seria executado por criminosos em um “Tribunal do Crime” por cometerem pequenos furtos e roubos na Zona Sul. “Agentes do 85º Distrito Policial (Jardim Mirna) receberem informações de que duas pessoas seriam julgadas por criminosos (…) e imediatamente iniciaram um intenso trabalho de apuração e diligências na área. As equipes distribuíram, inclusive, panfletos com o telefone da delegacia com o intuito de receberem qualquer informação que contribuísse com as investigações. A medida apresentou resultado, uma vez que uma nova queixa foi realizada, indicando o local do crime”, informou a Secretaria de Segurança Pública.
No local, um homem de 52 anos foi preso, suspeito de envolvimento no crime pois ele estava trabalhando como segurança do casal. Ele foi acusado de sequestro e cárcere privado.
De acordo com a Polícia Civil, “a prisão vai ajudar a desestruturar a facção na região, uma vez que esta prática criminosa é uma maneira de controlar os integrantes por meio do medo. As diligências prosseguem para identificar e capturar os demais envolvidos”.
TRIBUNAL DO CRIME
O termo “tribunal do crime” é usado para denominar o julgamento clandestino que facções criminosas fazem com pessoas que devem algum valor em dinheiro, quem consideram traidores (até membros das quadrilhas), inimigos, entre outras coisas.
As vítimas também podem ser estupradores ou assassinos. Quem comete crimes na região em que a quadrilha atua ou homens que espancam mulheres também são julgados, mas não com sentença de morte: com espancamento ou um membro quebrado.
Assim como em um tribunal legal, no tribunal do crime os réus tem o direito de se defenderem das acusações.
Um levantamento de 2017 revelou que a Polícia Civil investigava, na época, pelo menos 42 mortes suspeitas de terem acontecido em tribunais do crime no Estado de São Paulo. Na capital paulista foram registrados 3 casos com 7 mortes e 1 sobrevivente em 2 cemitérios clandestinos.
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