Em pesquisa da Rede Nossa São Paulo, paulistanos revelaram os principais impactos que a pandemia gerou na Educação. Por exemplo: aumento da desigualdade (já que os estudantes de famílias mais vulneráveis não tiveram acesso ao ensino remoto) e dificuldades emocionais/psicológicas durante o isolamento social
De acordo com a pesquisa “Viver em São Paulo – Saúde e Educação”, edição 2021, feita pela Rede Nossa São Paulo, a Zona Sul da capital paulista é a região com maior evasão/abandono escolar, por causa das dificuldades no acompanhamento das aulas geradas pela pandemia da Covid-19.
Na Zona Sul, 47% dos entrevistados afirmaram que houve abandono escolar. Nas outras regiões, o índice ficou entre 31% e 42%.
Entre os principais motivos relatados para desistência ou abandono das aulas na pandemia estão:
- dificuldade no acesso às aulas/problemas de conexão com a internet (57%)
- não tinha os equipamentos necessários/adequados, como computador e celular (38%)
- não conseguiu se concentrar nas aulas em casa (34%)
No geral, os principais impactos da pandemia para alunos e alunas foram:
- aumento da desigualdade, já que os estudantes de famílias mais vulneráveis não tiveram acesso ao ensino remoto (52%)
- piora no aprendizado, já que o ensino remoto tem qualidade inferior ao presencial (48%)
- evasão/abandono escolar, devido às dificuldades no acompanhamento das aulas (39%)
Os pais e responsáveis por alunos de 0 a 18 anos acreditam que as aulas remotas, em casa, tiveram outros impactos nos estudantes:
- dificuldades emocionais/psicológicas durante o isolamento social (81%)
- dificuldades com infraestrutura/espaço, incluindo barulho e importunação (79%)
- dificuldades para acessar as aulas transmitidas pela internet (76%)
- dificuldades com o uso de equipamentos, como notebook e celular (69%)
- dificuldades para acessar as aulas transmitidas pela TV ou rádio (68%)
Já para os professores, os maiores impactos foram:
- maior desinteresse dos alunos durante as aulas (45%)
- demissões (35%)
- problemas de saúde (34%)
- redução de salários (34%)
- aumento das cobranças/pressões de pais de alunos e de alunos (33%)
- desvalorização do trabalho (31%)
- aumento da jornada de trabalho (23%)
Entre toda a cidade de São Paulo, a maior parte das demissões, aliás, aconteceram na Zona Sul: 40%. Em seguida, os principais destaques da Zona Sul são: maior desinteresse dos alunos durante as aulas (44%) e problemas de saúde (37%).
Em relação as medidas adotadas para combater o impacto da pandemia do coronavírus na Educação: 64% apoiam o fechamento das escolas. E a maioria (59%) considera inadequada a retomada das aulas presenciais nas creches e escolas porque 86% acreditam que o risco de contágio ainda é alto.
“De forma geral, os paulistanos acreditam que a pandemia e as aulas remotas terão um impacto importante na área da educação, salientando ainda mais a desigualdade social, registrando piora no aprendizado e até aumentando a evasão escolar. Caso a retomada das aulas seja uma realidade, os paulistanos sugerem que sejam priorizados estudantes que têm maior dificuldade de acompanhar as aulas remotamente, aqueles cujos pais trabalham fora e os mais suscetíveis social e economicamente”, analisa a Rede Nossa São Paulo.
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