Associação Comercial de São Paulo (ACSP) divulga estudo que mostra população com melhor percepção para o futuro, mas o ânimo ainda não pode ser comparado com período pré-pandemia
O Índice Nacional de Confiança (INC), pesquisa encomendada pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP) junto à startup de tecnologia Behup, aponta que o consumidor paulista está mais confiante em relação à economia, após o relaxamento do isolamento social. Os números registrados em agosto e setembro são de 83 pontos, dez a mais que maio e junho, pico pessimista do ano. Ou seja, nestes meses, foram computados apenas 73 pontos. Apesar de as pessoas já terem uma melhor percepção de futuro, o estudo ainda demonstra que a visão dos entrevistados sobre consumo ainda está longe da normalidade. Só para se ter uma ideia, o auge de 2020 foi em fevereiro, com 102 pontos, período em que ainda não havia pandemia provocada pelo novo coronavírus.
Os pesquisadores ouviram pessoas pertencentes às classes A (4,8%), B (30,7%), C (53,5%); e D e E (11%), de janeiro a setembro. A maioria dos consumidores estava concentrada no interior (37,4%) e na capital (36,2%). A fatia menor ficou para moradores da região metropolitana (20%) e do litoral (6,4%). “De maio para cá existe uma tendência de aumento na confiança, embora ainda estejamos no campo pessimista”, disse Ulisses Ruiz de Gamboa, economista da ACSP. “No entanto, a percepção em relação ao futuro e à economia do Estado está melhorando”, acrescentou.
Foi perguntado aos consumidores se eles acham que, em seis meses, a economia do Estado ficará mais fraca (muito ou um pouco mais), se será parecida com o que já é ou se estará muito mais forte. Os entrevistados mais pessimistas, que falaram que tudo estará pior, concentraram-se mais em março, abril e maio (com 51, 56 e 53 por cento respectivamente). O humor do paulista, porém, melhorou gradativamente nos meses subsequentes. Em agosto e setembro, houve registro de apenas 22% de pessoas com menos confiança na economia daqui para frente. No início do ano (janeiro e fevereiro), só 10% enxergava um cenário ruim. A parcela dos que acreditam em um futuro melhor também cresceu em agosto e setembro (38 e 36 por cento, respectivamente) comparado aos meses de pico da pandemia, enquanto que os números dos que acham que nada mudará dentro de seis meses oscilaram de janeiro a setembro.
De maio para cá, também aumentou a porcentagem de pessoas que estão dispostas a fazer uma compra de maior valor como um carro ou uma casa. Os pesquisadores perguntaram se, comparado há seis meses, o consumidor estaria mais confiante para este tipo de aquisição. Naquele mês havia apenas 13% de entrevistados que diziam estar animados para tal iniciativa. Em junho, houve um salto para 21% e, hoje, já está em 27%. “O auxílio emergencial de R $600, do Governo Federal, ajudou a melhorar esta percepção futura”, avaliou Ruiz de Gamboa. “Mas os dados, embora animadores para o atual cenário, ainda mostram que o consumidor está cauteloso”, emendou.
Outro tema importante do estudo refere-se ao desemprego. Em setembro, 60% das pessoas achavam que aumentaria o número de gente sem emprego. O percentual é pessimista, mas também melhorou bastante em relação ao que era em abril e maio (80% e 85%, respectivamente). “Ainda que a situação econômica não seja favorável, há nítida percepção de melhora neste ponto”, avaliou o economista.
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