Parque Linear Córrego do Bispo preservará área verde na região da Serra da Cantareira

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Previsto para ser entregue à população até 2024, o futuro Parque Linear Córrego do Bispo, na Zona Norte da capital, será um importante espaço de preservação na região da Serra da Cantareira. Sua primeira etapa abrange núcleos de lazer, contemplação e preservação, que juntos somam 530.000,00 m².

Seu nome vem da compra do terreno feita na metade do século XIX pelo bispo de São Paulo, Dom Antônio Joaquim de Mello, que batizou o espaço como Fazendinha do Bispo.

Em 1862, o terreno foi doado pelo sacerdote para o Seminário Episcopal de São Paulo, tornando-se um local de lazer e retiro para seminaristas. Atualmente, os únicos resquícios da administração do bispo e dos seminaristas são duas capelinhas que estão parcialmente destruídas, mas serão restauradas para a abertura do espaço.

As novas mudas já recebidas pelo Parque

O Córrego do Bispo é a última fronteira do município com relação à preservação da Serra da Cantareira e por isso é fundamental para conter o processo de crescimento urbano ali. A área verde pertence ao conjunto de parques municipais em zona de amortecimento. O terreno total surgiu da união de cinco grandes lotes particulares desapropriados.

O parque terá núcleos distintos, oferecendo opções de lazer, que incluem playgrounds, redário, área de piquenique, lagos, trilhas para caminhada, e reservas de patrimônio ambiental e histórico, como a recuperação das duas capelas.

O projeto paisagístico é dividido em três intensidades: Uso Intensivo, Uso Moderado e Proteção Máxima. As áreas de uso intensivo poderão ter equipamentos de lazer esportivo e de recreação, atendendo o anseio da comunidade por espaços de lazer. Já a região de uso moderado prevê receber equipamentos voltados à natureza e de conscientização ambiental. Enquanto as zonas de proteção máxima poderão conter apenas trilhas com acesso guiado e definem os limites ao parque estadual.

O local sempre teve grande importância ao meio ambiente. As águas das nascentes e dos lagos que estão na região do parque abasteciam São Paulo antes da construção do Sistema Cantareira. A área abriga ricos exemplares de árvores nativas da Mata Atlântica, além de já ter sido nele avistadas onças, jararacas, coró-coró (ave da família dos pelicanoformes), e até o gato mourisco, uma espécie em extinção. 20 mil mudas de oitenta espécies diferentes já foram plantadas, todas elas por empresas que cometeram algum dano ambiental e firmaram acordos de compensação, seja com a Justiça ou com a Secretaria do Verde e do Meio Ambiente.

Quem coordena todo o trabalho do futuro parque, desde a contratação dos seguranças, até as equipes que fazem o manejo e replantio de árvores nativas, é João Póvoa, ex-coordenador de esportes da Subprefeitura de Santana. Ele está à frente da administração do Córrego do Bispo desde 2017 e afirma que quando começou a trabalhar com a implantação do espaço enfrentou muitos desafios, inclusive de caçadores. Póvoa conta que está animado com a primeira fase de implantação e afirma que o maior desafio é realizar as obras, como a população merece. “As expectativas são as mais altas possíveis, tanto as minhas como as da comunidade. Eu tenho certeza que será o parque mais lindo de São Paulo”.

A licitação para a escolha da empresa que deve erguer as estruturas das áreas de lazer deve ser feita ainda neste ano e as obras devem ser iniciadas em 2023.


SUGESTÕES DE PAUTA: reportagem@gruposulnews.com.br

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