Ofisa apresentará junto com duas sopranos uma sensibilidade única na arte que vai arrepiar o Teatro Paulo Eiró

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Sílvia Luisada convidou as sopranos Julia Vilar e Adriene Greice para o Concerto da Ofisa de maio


Estamos entrando na reta final do mês de maio, e todos os santamarenses e moradores da nossa amada Zona Sul já está acostumado com o tradicional Concerto da Orquestra Filarmônica Santo Amaro (Ofisa), sempre aos últimos domingos do mês.

Como é bom ter uma orquestra pra encerrar o mês com alegria, emoção, sensibilidade e dando boas vindas para o novo ciclo que se inicia, o novo mês que chega. E não vão faltar emoções para o público nesta próxima apresentação!

A Maestra Sílvia Luisada teve a ideia de juntar duas sopranos (mulheres que cantam com a voz mais aguda, estilo ópera), com timbres totalmente distintos para arrepiar completamente o público que estará presente.

“A Julia Vilar, que já é conhecida em apresentações da Ofisa, vai cantar uma ária, interpretando Lauretta, cantando de forma melodramática [e arrepiante] um pedido para que o pai aceite o seu amor por Rinuccio”, diz Sílvia. A obra é “O mio babbino caro”, ópera Gianni Schichi, considerado uma das mais belas obras de Giacomo Puccini.

“Já a [tímida] Adriene Greice tem um potencial de voz e um caráter que eu quis chamar a atenção dentro do que ela tem. Para cantar Summertime, de George Gershwin, da ópera Porgy and Bess, de 1935”, completa. A obra ficou muito famosa na adaptação em jazz standard, sendo considerada uma das melhores canções de Gershwin, mesclando o jazz com estilos de canções afro-americanas do sudeste dos EUA.

De tímida a Adriene não tem nada! Desde que aprendeu a falar, ela já cantava e encantava quem estava por perto. “Na adolescência, minha mãe me colocou numa aula de música e toquei violino”, conta. “O pessoal da escola me viu cantando uma vez e me incetivaram a fazer aulas de canto”, completa.

Julia também sentiu que no início tinha a vocação para artes em geral. “Sempre gostei de desenhos, teatros, minha mãe conta que eu vivia no meu mundinho artístico [risos]”, revela Ju. “Não tinham músicos na minha família, comecei no piano aos 15 anos e acabei fazendo aulas na Musikalina, onde dou aula de canto hoje em dia. Cantava em segredo, mas durante uma faculdade de composição, perdi totalmente a vergonha, aos poucos, para cantar.”

Era pra ser uma entrevista, mas o camarim do Teatro Paulo Eiró se transformou num cantinho do desabafo. Júlia Vilar, Sílvia Luisada, Adriene Greice e o jornalista Matheus Laube, respectivamente

Música é arte, e arte é feita para sensibilizar, seja qualquer emoção que o artista queira transmitir, para impactar o público. Que as apresentações emocionam quem está na plateia, isso é óbvio. Mas você sabe o quanto os próprios artistas se sentem realizados, emocionados, sensibilizados, por conseguir atingir um nível de profissionalismo e atingir metas técnicas? Adriene e Júlia desabafaram sobre bons momentos em tormentos e sobre maus momentos em bons momentos, e a vida é o perfeito equilíbrio do yin-yang.

Adriene confessou que momentos antes de Sílvia entrar em contato, ela estava pensando em desistir da área de música. “Quis de verdade. Passei por um processo muito longo de depressão. Comecei já velha, aos 23 anos, hoje tenho 32 e é tudo mais difícil”, revela. “Fui para a Argentina, para apresentar no Instituto Superior de Artes. Mas não deu certo e fiz um desabafo. Onde a Sílvia veio conversar para me acalmar e dar esta nova oportunidade”.

Julia também viveu momentos turbulentos. E também desabafa sobre momentos bons, mesmo morando em um país que não se incentiva de forma devida este tipo de arte, ela insistiu no sonho de sua criança interior e viveu um dos momentos mais mágicos que a fé, seja de qual crença for, exalta a grandeza desses momentos em nossas vidas. Afinal, viver e ter essas experiências e sonhos pessoais só vale a pena, por que a vida tem um final. O tempo é sábio. O tempo é ouro. O tempo é Rei.

“Durante o Festival Voz e Corpo, em Londrina-PR, teve um exercício de teatro, baseado na obra do dramartugo russo Stanislavki, que foi muito importante pra mim. Era uma sala escura, com um caixão pequeno, uma vela e uma cruz sob o caixão. Aquele caixão representava a sua criança que você deixou morrer e no final do exercício era para você ressuscitar essa criança, detalha.

“Nesses momentos, não vem nem a memória, vem o sentimento. Eu chorei de um jeito que não chorava desde que era uma criança. Todos os 10 dias que fiquei lá [em Londrina] eu chorei. Era uma dor horrível, mas que era libertador. Foi como lavar a alma. Você só conhece a luz, quando conhece o fundo do poço, as trevas. Assim você dá muito mais valor quando enxerga a luz”, completa.

Não dá para apresentar uma arte, seja ela qual for, e não se jogar de corpo e alma, emanando os verdadeiros sentimentos que aquilo quer expressar. “Eu fiz parte do coro acadêmico da Osesp. No meu último concerto, eu terminei em prantos. Não por ser o último. Mas o significado de tudo o que passei para chegar até ali. Olhei pra trás e caiu a ficha de que vivi tudo isso!, diz Adriene.

Sílvia contou que serão somente 6 ensaios até o último domingo do mês, por isso, orquestra e sopranos precisam estar afinadíssimas com o menor tempo possível para emocionar o público e trazer toda essa emoção até vocês!

Concerto da Ofisa – Mês de Maio

Apresentações:

  • Julia Vilar – Oh mio babbino caro! de Giacomo Puccini
  • Adriene Greice – Summertime  de George Gershwin

Teatro Paulo EiróDomingo, 29 às 11h

Entrada Gratuita


SUGESTÕES DE PAUTA: reportagem@gruposulnews.com.br

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