Neste ano a cidade de São Paulo escolherá um novo César

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As redes sociais revelaram um Brasil doente quando o tema é eleição. A polarização tomou conta de um debate que não houve. O debate sobre o país que queremos deixar para os nossos filhos e netos, uma vez que o nosso futuro já está comprometido pelas péssimas escolhas que seguimos fazendo nesse período de redemocratização do país. Ao invés disso assistimos de um lado a reverência às “mitadas” e de outro o culto às “lacradas”.

Na Roma Antiga, para a mulher de César não bastava ser honesta, tinha que parecer honesta. No Brasil, nem a mulher de César, nem os amigos de César, muito menos César, se quer parecem honestos. É surreal a quantidade de maus agentes políticos presos ou ostentando uma nada elegante tornozeleira eletrônica. Isso sem falar na quantidade de ações penais que centenas deles colecionam aguardando ansiosamente pela prescrição (contam com isso). No Rio de Janeiro, dos ex-Governadores vivos, quem não está preso está respondendo por diversos ilícitos supostamente cometidos. Na mesma toada seguem a Assembleia Legislativa e o Tribunal de Contas.

Quando voltamos os olhos para outros estados da federação e para Brasília, percebemos semelhanças, ainda que várias ações tenham alcançado a prescrição da pretensão punitiva, a mercê do nosso sistema recursal que possibilita ao acusado uma espécie de defesa eterna.

O Brasil tem sua pior nota pelo segundo ano consecutivo no ranking do Índice de Percepção da Corrupção da transparência internacional, mas no momento do voto, o brasileiro parece se esquecer dela. Na hora de votar, se César não parecer honesto, é melhor escolher outro, pois é uma insanidade continuar votando igual e esperar resultados diferentes.


WANDER SIMÕES é administrador de empresas e acadêmico de Direito

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