Moradores estão indignados com Subprefeitura Santo Amaro após obra polêmica na Praça Manoel Filizzola

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A placa montada não possui o valor investido, nem o início e final oficial do prazo de obra, que é obrigatório por lei

A Subprefeitura explicou que seria apenas uma revitalização, mas na prática não estão construindo o que prometeram


A comunidade da vizinhança nos arredores da Praça Manoel Filizzola, em Santo Amaro, está passando as semanas pré-eleições com dores de cabeça com a Prefeitura e Subprefeitura de Santo Amaro, que parece não ter fim e nem diálogos entre os munícipes e os órgãos públicos.

No dia 6 de agosto, foi realizado uma reunião com a vizinhança, juntamente com o Chefe de Gabinete da Subprefeitura Santo Amaro, Dirceu Caramaschi, para discutir sobre um projeto da Subprefeitura para revitalização da praça e modernização dos espaços e brinquedos com acessibilidade e inclusão.

Mas o que seria motivos de alegria, se tornou um pesadelo para os moradores. Acessando o Contrato 022/SUB-SA/CAF-SF/2022, é possível ver as obras de readequação da praça e instalação de novos brinquedos, conforme o Chefe de Gabinete mencionou, mas na prática, os responsáveis pelas obras instalaram um tapume no canto da praça, ao qual está se criando uma edificação que não continha no projeto. Construindo o Contrato 029/SUB-SA/CAF-SF/2022, que não foi mencionado para os moradores.

“Isso não foi avisado. A subprefeitura veio e pegou 97 assinaturas de moradores a favor da revitalização da praça. Mas instalar banheiros e uma sede administrativa não foi mencionado e o próprio Dirceu alegou que não teria sede nenhuma”, disse F.C., um morador em frente à praça.

Esta é o projeto do Contrato 22, onde consta que o canteiro da Praça conterá os brinquedos acessíveis, sem nenhuma sede adiministrativa

Em uma resposta dada por áudio no Whatsapp, o Chefe de Gabinete confirmou aos moradores: Os banheiros são banheiros químicos para o pessoal da obra, não é banheiro que vai ficar na praça. (…) Não terá pista de skate. Terceiro, é uma praça sensorial, para crianças autistas, é um projeto lindo que não tira nada do que tem na praça. (…) E um fator importante, foi feito uma consulta pública, mostrou o projeto pro pessoal da praça, tem até uma lista de presença de todos que foram. Claro que a gente abre as portas da Subprefeitura para tirar as dúvidas”, disse Dirceu Caramaschi em áudio para a vizinhança.

Na manhã de segunda-feira (26), os moradores se reuniram com o mestre de obras, José Holanda, ao qual confessou que está de fato construindo uma sede administrativa e dois banheiros. “É inadmissível. Não tem por que uma praça pequena como essa, que só os moradores locais usufruem, ter uma sede administrativa. Essa obra em questão é o contrato 029, que não nos foi repassado e a sensação que fica é que a Subprefeitura Santo Amaro não quer ouvir os moradores e nem explicar nada”.

Esse é o tal do Projeto 29, que o prórpiro Mestre de Obras mencionou que o projeto da sede foi alterado de local em decorrência das árvores no local, ao qual retiraram

Para tornar a situação ainda mais polêmica, os trabalhadores da Prefeitura foram flagrados cortando algumas árvores da praça e ateando fogo na rua. Na segunda-feira, os moradores contaram com a visita da Defesa Ambiental que explicou a situação.

Se tivéssemos visto esse fogo e corte em flagrante, todos iriam para a delegacia na mesma hora! Além disso, toda obra pública é obrigatória conter uma placa informando o início e término da obra, os responsáveis pela obra e o valor do investimento, mas a placa que está aqui não está totalmente de acordo com as normas, explicou a Defesa Ambiental.

Questionado, o mestre de obras José Holanda alegou que está apenas cumprindo as ordens da Prefeitura. Mas o que mais intrigou os moradores foi na descoberta de que a empresa vencedora da licitação para obras de revitalização (a obra apresentada aos moradores); e a empresa vencedora da licitação para construção da sede administrativa (a obra ao qual não mencionaram), a Macor Engenharia e a MC Engenharia, respectivamente, terem em comum um mesmo sócio. Marcelo Cório.

O mestre de obras, José Holanda, explicou que só está cumprindo ordens da Prefeitura

Está circulando rumores pelo bairro de que a sede administrativa pertencerá a uma ONG focada em crianças de espectro autistas. Não somos contra a inclusão social na praça, mas derrubar árvores para construir um banheiro e a sede de uma ONG não condiz com as necessidades dos moradores para a praça, que fica num local isolado e sem circulação da área comercial, sendo muito povoado, principalmente, pelo grande número de idosos do bairro, explicou F.C., morador local.

A Defesa Ambiental alegou ainda que todas as árvores são catalogadas pela Secretaria do Verde e do Meio Ambiente, ao qual é responsável por este tipo de fiscalização. Mas ao consultar a situação da Praça Manoel Filizzola, a Secretaria em questão alegou que isso é obra da Prefeitura e não deu nenhuma outra explicação.

*Procuramos a Subprefeitura Santo Amaro, tanto por email, quanto por telefone, mas ninguém retornou sobre a situação até a publicação desta matéria.

**Esta matéria pode ser atualizada de acordo com as devolutivas dos órgãos públicos e responsáveis.


Os moradores estão propondo um diálogo com a Subprefeitura de Santo Amaro neste sábado, 1 de outubro, conforme a nota abaixo:

“Moradores alarmados com este fato farão um ato público no dia 1/10, às 10 horas, no local (Rua Professor Authos Pagano, Santo Amaro) em protesto para exigir da Prefeitura esclarecimento e divulgação de documentos do que se trata esta obra e a sua situação legal e jurídica por se tratar de uma praça pública e por terem sido impedidos de acesso aos documentos do projeto.

Na segunda-feira, dia 26/9, moradores do Condomínio Gloria que compreende 350 residências na frente e adjacências da Praça Manoel Filizola (rua Prof. Authos Pagano, próximo do Shopping Boa Vista) estiveram reunidos com policiais da GCM Defesa Ambiental para denunciar a derrubada, corte e queima de árvores do local público em 18/8 e dar início a uma construção de edificação no local.

Durante a visita-vistoria dos policiais ambientais, eles orientaram os moradores para possíveis suspeitas de irregularidades que vão da falta de placa com especificação do tipo de obra, nome de engenheiro responsável, custo do projeto e data de início e término, documentação legal do porquê da derrubada e queima de árvores na calçada da via.

Os moradores estão inquietos e alarmados porque mesmo com diversas tentativas não conseguiram acesso aos documentos sobre o que de fato vai ser construído em uma praça pública e não obtiveram nenhuma comunicação oficial.

Em 6/8 a pedido deles foi realizada uma reunião com o chefe de gabinete da Subprefeitura de Santo Amaro que garantiu no encontro que não haveria uma edificação na praça, mas uma readequação com a colocação de novos equipamentos de ginástica, piso para facilitar caminhada de idosos e parede sensorial para crianças com necessidades especiais

O que se viu desde então foi a derrubada de árvores, mesas e bancos de cimentos usados para confraternização de famílias e equipamentos de ginástica em bom estado de uso que ficaram jogados no canto da obra de edificação.

A praça é frequentada por pessoas da região, em sua maioria idosos, além de jovens famílias e pessoas de todas as idades que utilizam os equipamentos de ginástica, mesas para piqueniques, e com excelente acesso e segurança para crianças brincarem e passearem de bicicleta etc.”


SUGESTÕES DE PAUTA: reportagem@gruposulnews.com.br

3 COMENTÁRIOS

  1. Qual o nome da ONG que propôs o projeto e quem é o especialista em reabilitação que está orientando? Existem mesmo?

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