Pesquisas recentes indicam que, pela primeira vez, maioria dos alunos matriculados em universidades públicas são negros, mas, apesar disso, a população negra tem menos oportunidades de trabalho do que os brancos
Cerca de 70% da população da capital paulista acredita que, nos últimos 10 anos, se manteve ou aumentou o preconceito e a discriminação contra a população negra na cidade de SP. Pessoas brancas são maioria (33%) quando o assunto é o aumento do racismo. Já 73% dos pretos e pardos acreditam que o racismo continua igual, enquanto 66% dos brancos tem essa opinião.
Os dados são da nova pesquisa da Rede Nossa São Paulo, em parceria com o IBGE, sobre Relações Raciais.
Os entrevistados acreditam que nos shoppings e comércios (69%); em ruas e espaços públicos (64%); na escola/faculdade (62%); no trabalho (60%); no transporte público (57%); em hospitais e postos de saúde (52%); em casa (36%); e o ambiente familiar (22%), são os principais locais em que existem diferenças de tratamento entre brancos e negros.
Dos 800 entrevistados, 75% afirmam que os comentários, piadas e declarações racistas e preconceituosas feitas por políticos são um estímulo para o aumento do racismo na sociedade.
Outros 69% acreditam que negros e negras tem menos oportunidade de trabalho do que pessoas brancas. Um estudo, feito pelo Google, sobre “Consciência entre urgências: pautas e potências da população negra no Brasil” revela que 48% das pessoas negras e pardas, no Brasil, acham que a inclusão da população negra no mercado de trabalho é um assunto urgente e essencial a ser resolvido.
Em relação a educação, o IBGE informou na última semana que, pela primeira vez, a população negra é maioria nas faculdades e universidades públicas do Brasil. Desde o ano passado, o total de negros matriculados ultrapassa 50,3% no ensino superior público.
A pesquisa “Desigualdades Sociais por Cor ou Raça no Brasil”, do IBGE, também indica que negros tem melhorado seu índice educacional com a diminuição do abandono escolar e através do sistema de cotas.
“Eu vejo uma preocupação das famílias negras em encaminhar seus filhos e filhas para uma ascensão econômica e social através da educação, então a adoção do sistema de cotas nas universidades paulistas é uma grande felicidade e oportunidade”, opinou Elisa Lucas Rodrigues, secretária executiva adjunta de Direitos Humanos e Cidadania.
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