A cada 15 dias, voluntários se reúnem na Praça Salim Farah Maluf para uma ação de resgate: doação de roupas e comida, corte de cabelo, banho e assistência jurídica e psicológica para pessoas em situação de rua que estão na Zona Sul da capital
De acordo com um Censo da População em Situação de Rua, divulgado pela Prefeitura de SP em janeiro deste ano, mas com dados de 2019, a cidade de São Paulo tem mais de 24 mil pessoas que vivem nas ruas da capital. O Censo de 2015 apontava quase 16 mil pessoas em situação de rua.
Sendo um dos principais problemas da cidade de São Paulo, que evidencia a desigualdade social da população paulistana, se tornou ainda pior durante a pandemia da Covid-19. Na semana passada, por exemplo, pessoas em situação de rua acamparam em frente à sede da Prefeitura para exigir que a gestão municipal realize ações mais efetivas pela saúde desta população.
“Nós que estamos em situação de rua não queremos regalias e sim dignidade. Estamos aqui para solicitar a ajuda de todos para que possamos ter direito a saúde, alimentação e moradia digna. Não podemos permitir que nossos irmãos morram de fome, de frio ou do coronavírus”, diz uma carta feita por movimentos estadual e nacional.
Com o protesto, a Prefeitura abriu 100 vagas em dois hotéis do Centro para idosos que vivem nas ruas.
Para tentar amenizar a falta de cuidados em torno das pessoas em situação de rua, desde o ano passado o bairro de Santo Amaro conta com uma ação de resgate, realizada pelo Instituto Gaivota.
A cada 15 dias, voluntários se reúnem na Praça Salim Farah Maluf para doar roupas e comida, e oferecer corte de cabelo, banho e assistência jurídica e psicológica para pessoas em situação de rua que estão na Zona Sul da capital.
“Temos atendido de 200 a 300 pessoas de 15 em 15 dias. A ação começa no sábado com corte de cabelo, banho, varal de roupa, alimentos. Os que querem dar continuidade ao trabalho, os psicólogos visitam em casas de apoio, no Caps [Centro de Atenção Psicossocial], em albergues. O foco da ação é o kit higiene com álcool gel, pasta de dente, barbeador”, explica José Carlos Gaivota, presidente do Instituto Gaivota.
A ação quinzenal é realizada por uma rede de amigos e já gerou frutos: dois rapazes que já viveram na rua e são ex-usuários de drogas hoje participam da ação cortando cabelos de outras pessoas.
O Instituto Gaivotas não tem apoio de órgãos públicos e depende de doações. Para doar, basta entrar em contato pelo telefone (11) 952678433 ou pelo Facebook: www.facebook.com/institutosocialgaivota/
FALE COM A REDAÇÃO: reportagem@gruposulnews.com.br