Greve do Metrô causa aglomerações em estações e afeta horário de trabalho dos paulistanos

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Toda a população ficou revoltada com a paralisação porque não foram avisados. Muitos profissionais da saúde estavam entre a multidão que foi impedida de usar o Metrô e não conseguiam chegar aos hospitais. Funcionários do Metrô pedem reajuste salarial, enquanto a Companhia define a greve como “inadmissível” em tempos de pandemia


Desde à meia-noite desta quarta-feira (19), funcionários do Metrô de São Paulo estão em greve, pedindo reajuste salarial e manutenção de direitos obtidos por acordo coletivo.

Uma liminar do Tribunal Regional do Trabalho determinou a manutenção de 80% dos servidores das 6h às 10h e das 16h às 20h. Porém, na manhã de hoje (19), centenas de pessoas sofreram para chegar aos seus trabalhos porque encontraram a maior parte das estações das Linhas 1-Azul, 2-Verde e 3-Vermelha fechadas. A Linha 15-Prata não abriu e as Linhas 4-Amarela e 5-Lilás, operadas pela iniciativa privada, não aderiram à greve.

De acordo com o Metrô, pelo menos dois milhões de passageiros foram impactados pela greve. Por volta de 12h50, o Metrô anunciou o atendimento parcial das estações das Linhas em greve:

  • LINHA 1-AZUL: funciona entre as estações Ana Rosa e Luz
  • LINHA 2-VERDE: funciona entre as estações Alto do Ipiranga e Clínicas
  • LINHA 3-VERMELHA: funciona entre as estações Bresser-Mooca e Santa Cecília
  • LINHA 15-PRATA: permanece fechada

Toda a população ficou revoltada com a paralisação porque não foram avisados. Muitos profissionais da saúde estavam entre a multidão que foi impedida de usar o Metrô e não conseguiam chegar aos hospitais.

“Trabalho no HCor como técnica de enfermagem. É um absurdo, ninguém avisou nós, os pacientes precisam da gente, as pessoas que estão enfermas precisam ser cuidadas. Não sei o que fazer, é complicado. Numa pandemia onde deveria estar tudo controlado, está assim”, disse uma moça.

Para atender a população que precisava chegar ao trabalho, a SPTrans colocou em funcionamento a Operação PAESE, que utiliza ônibus para fazer o deslocamento das pessoas:

  • LINHA 1-AZUL: entre as estações Jabaquara e Tucuruvi
  • LINHA 2-VERDE: entre as estações Vila Madalena e Vila Prudente
  • LINHA 3-VERMELHA: entre as estações Itaquera e Pedro II
  • LINHA 15-PRATA: entre as estações Vila Prudente e São Mateus

Já o Metrô abriu transferências entre algumas estações:

  • LINHA 1-AZUL: abertas as transferências para CPTM e Linha 4-Amarela na estação Luz
  • LINHA 2-VERDE: abertas as transferências para Linha 5-Lilás em Chácara Klabin e para Linha 4-Amarela em Consolação
  • LINHA 3-VERMELHA: abertas as transferências com a CPTM na estação Brás e Linha 4-Amarela em República

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, a greve dos metroviários também prejudicou a vacinação contra a Covid-19 que acontece em algumas estações. “A paralisação da categoria, inclusive vacinada contra a Covid-19, causa aglomeração nos demais postos de vacinação da cidade, pois muitos funcionários da Saúde tiveram dificuldade para chegar aos locais de trabalho, causando aglomeração”, informou a Prefeitura.

A Secretaria Municipal de Mobilidade e Transportes (SMT) suspendeu o rodízio municipal de veículos para automóveis nesta quarta-feira (19). “Com a suspensão, a circulação de veículos leves ficará liberada no centro expandido desde a 0h desta quarta (19/5), independentemente do final da placa. A circulação de automóveis também estará liberada das 21h desta quarta (19) até as 5h desta quinta (20), no horário em que o rodízio segue o toque de restrição”, informou a SMT.

O Metrô informou que a greve de hoje é “inadmissível” porque os funcionários já estão vacinados contra a Covid-19 e o país enfrenta uma crise econômica.

“O Metrô de São Paulo fez uma proposta de acordo salarial aos seus empregados muito acima do que é praticado no mercado de trabalho e previsto na legislação trabalhista. O sindicato certamente vive em uma realidade diferente do restante do país, que sofre com desemprego, perda de renda e fome. O Metrô manteve todos os serviços e seus empregados, apesar do prejuízo de R$ 1,7 bilhão no último ano e de mais de R$ 300 milhões no primeiro trimestre de 2021. Ainda assim, o Metrô ofereceu a manutenção de diversos benefícios, muito além dos exigidos pela CLT, como o pagamento de vales Refeição e Alimentação, Previdência Suplementar, Plano de Saúde sem mensalidade, hora extra de 100% (CLT determina 50%), adicional noturno de 35% (CLT determina 20%), abono de férias em 60% (CLT determina 1/3), complementação salarial para afastados e auxílio creche/educação, dentre outros. Reivindicar novos aumentos salariais e de benefícios, punindo a população com a paralisação do transporte público e deixando milhares de pessoas que cuidam de serviços essenciais, como saúde e segurança sem transporte é uma atitude desumana e intransigente. Lamentamos muito que isso esteja ocorrendo e iremos trabalhar para oferecer o melhor transporte possível aos cidadãos”, informa o Metrô.


SUGESTÕES DE PAUTA: reportagem@gruposulnews.com.br

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