O guia “Para uma educação antirracista” foi criado por educadores de uma Escola Municipal de Educação Infantil do Grajaú com 16 dicas sobre valorização da diversidade e combate ao racismo desde a infância
Para que as crianças aprendem desde cedo o que é racismo, 22 educadores da Escola Municipal de Educação Infantil (EMEI) Jardim Ideal, no Grajaú, criaram um guia “Para uma educação antirracista”, com 16 dicas sobre valorização da diversidade e construção de um ambiente sem preconceitos e estereótipos.
“Escrevemos a primeira edição e enviamos para pessoas atuantes na luta antirracista e com lugar de fala, para fazer as considerações. Esse processo foi rico, pois cada pessoa foi provocando reflexões e fomos revendo alguns conceitos, ampliando o olhar e dando a certeza que ainda temos muito a aprender”, explica Janaína Martins, coordenadora pedagógica da EMEI. O grupo que contribuiu para a criação do material é formado por músicos, sociólogos, escritores e professores.
O guia “Para uma educação antirracista”, aponta as seguintes dicas:
• Os adultos são exemplo: devem valorizar a diversidade dos cabelos, das roupas, das cores de pele;
• Elogios às crianças: dizer palavras positivas para elevar a autoestima;
• Valorização das diferenças: ampliar o repertório de desenhos e brinquedos com protagonistas negros;
• Sem piadas racistas: ter cuidado com o que se fala perto das crianças;
• Repensar a linguagem: ter cuidado com o significado de expressões que tem cunho racista como “mercado negro”, “lista negra”, “cabelo ruim”, “ovelha negra da família”;
• Lápis cor de pele?: indicar à criança que existem muitos tons de pele;
• Negro sim!: evitar as expressões “mulato”, “neguinho”, “de cor”;
• Respeito as religiões: respeitar religiões de matrizes africanas;
• Conhecimento: conhecer a história do Brasil pela visão dos povos de matrizes africanas e indígenas;
• Conversar: falar da importância de não reproduzir atitudes racistas para entender que racismo não é normal. As crianças negras devem saber que tem apoio para enfrentar o racismo na sociedade;
• Heranças: contribuições da população negra no mundo, seja na economia, na engenharia, na arte, em manifestações populares;
• Importância da representatividade: compartilhar histórias e a biografia de personalidades negras;
• Valorização: as crianças precisam valorizar a cultura periférica;
• África: saber que a África não é um país, mas um continente com grande diversidade cultural;
• Acompanhamento: pais e mães devem saber sobre as experiências e o desenvolvimento escolar das crianças;
• Combate ao racismo: reconstrução diária da sociedade.
O guia completo está disponível em: https://bityli.com/za3Wi