Em nove anos, o Grajaú é o distrito com mais casos de leptospirose

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Ainda na Zona Sul, os bairros de Jardim Ângela, Capão Redondo e Cidade Ademar também tem alto risco de contaminação

 

Entre os anos de 2009 e 2018, o distrito do Grajaú foi o que mais apresentou ocorrências de contaminação por leptospirose na cidade de São Paulo, com 85 casos. Ainda na Zona Sul, foram 78 casos no Jardim Ângela e 62 casos no Capão Redondo e também na Cidade Ademar. Apesar do alto número de casos no Grajaú, o distrito registrou apenas 11 óbitos nesse período.
Os dados foram divulgados pela Prefeitura, como um alerta para o risco de contaminação da doença que se torna mais vulnerável no verão, devido a intensidade das chuvas e enchentes.
A leptospirose é causada por uma bactéria do gênero Leptospira, presente na urina de roedores. “As principais situações de risco para adquirir a doença são o contato com a água ou lama de enchente, limpeza de córregos ou de bueiros ou ainda de locais onde há presença de roedores, como no lixo”, enfatiza Vivian Ailt, do Núcleo de Doenças Transmitidas por Vetores e outras Zoonozes da Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa).
Os sintomas mais comuns são: febre, dor de cabeça, dor no corpo (principalmente na panturrilha), náuseas e vômitos; e geralmente surgem entre 5 e 14 dias após o contato com a urina ou água infectada.
Entre 2007 e 2016, foram registrados 39.623 casos da doença no Brasil, uma média anual de 3.926 casos, conforme dados do Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde.
Apenas no ano passado, a cidade de São Paulo teve 128 casos, com 17 mortes, número bem menor a 2009 quando foram registrados 293 casos e 45 mortes. “O histórico de casos na capital retrata um cenário geral de queda, porém, a população precisa estar alerta e tomar os cuidados necessários para evitar a contaminação”, reiterou a especialista.

 

Como se prevenir em caso de contato com a água de enchentes:
– Lave bem as mãos antes de preparar os alimentos;
– Não utilize água de poço (a não ser para lavar o quintal/calçadas);
– Beba sempre água potável, fervida ou com adição de cloro e a utilize para preparo de alimentos, principalmente de crianças menores de um ano;
– Guarde os alimentos em recipientes bem fechados;
– Utilize apenas os enlatados cujas embalagens não apresentem amassamentos, pontos de ferrugem ou sinais de danos;
– Em caso de hortas que sofreram inundação, não utilize esses produtos;
– Descarte medicamentos e alimentos que entraram em contato com lama ou água de enchente, mesmo aqueles embalados com plástico ou que não foram abertos;
– Caso seja portador de doenças crônicas, solicite em sua unidade de saúde novos medicamentos de uso contínuo;
– Descarte tábuas de madeira, chupetas e mamadeiras;
– Jogue fora alimentos (rações) de animais domésticos;
– Retire, acondicione e descarte o lixo adequadamente;
– Aloje animais domésticos em local seguro, para evitar contato com águas de enchente

 

Limpeza de domicílio após alagamento
– Limpe as áreas e materiais que entraram em contato com água de enchente. Antes de começar a limpeza, coloque calças compridas, botas e luvas. Se não tiver botas ou luvas, coloque em cada mão e em cada pé dois sacos plásticos amarrados para evitar o contato da pele com a água contaminada;
– Esvazie a caixa d’água, caso ela tenha sido invadida pela água. Esfregue suas paredes com escova e pano limpo. Coloque um litro de água sanitária para cada mil litros de água. Deixe por um período de duas horas e esvazie;
– Lave pisos, paredes, bancadas e quintal com água e sabão. Desinfete, em seguida, com água sanitária na proporção de 400 ml para um balde com 20 litros de água limpa, deixando agir por 30 minutos

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