Dos cinco bairros com o maior IDH, Moema é o que mais recusa vistoria da Prefeitura para encontrar focos da dengue

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Agentes da zoonoses indicam que moradores de bairros nobres temem assaltos e não permitem vistoria contra o mosquito da dengue em suas casas. Já nos bairros periféricos, onde o Índice de Desenvolvimento Humano é menor, as visitas são permitidas


Dentre os cinco distritos administrativos da cidade de São Paulo com o maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), Moema figura em primeiro lugar na lista de bairros em que os moradores mais recusam visitas de agentes da Prefeitura que vistoriam as casas a procura de focos do mosquito da dengue.

Cerca de 6,6% dos moradores de Moema não recebem os agentes da Zoonoses e a lista segue com Alto de Pinheiros (6,1%), Jardim Paulista (5,2%), Pinheiros (4,2%) e Perdizes (4%). “As regiões periféricas são mais receptivas, mas aqui a sensação de insegurança é grande. Todo mundo acha que será assaltado”, diz uma supervisora regional de Vigilância em Saúde.

Esses cincos distritos com as maiores taxas de IDH resultam em um percentual de 5% na taxa de recusa do atendimento contra a dengue, em 2019, segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde. Levando em conta as recusas de atendimento e os imóveis fechados, o atendimento contra a dengue simboliza 50% de pendências na Secretaria.

Os bairros periféricos de Marsilac, Jardim Ângela, Lajeado e Parelheiros, em que o índice de Desenvolvimento Humano é menor, são os que menos recusam o atendimento de vistoria contra a dengue. No total, os moradores da capital paulista receberam mais de 2 milhões de visitas, entre 1º de janeiro e 7 de outubro deste ano.

A visita as casas paulistanas podem acontecer de 15 em 15 dias ou em até um ano: tudo depende da vulnerabilidade social e do mapeamento de crescimento de larvas.

Após 15 dias da primeira recusa, os agentes de zoonoses voltam a mesma casa e tentam uma nova abordagem para verificar os riscos do local ter focos do mosquito. Se, pela segunda vez, o morador não permitir a entrada, um biólogo, considerado autoridade sanitária, vai ao local para negociar. Se persistir a recusa, a Prefeitura abre um processo administrativo, conforme estabelece o código sanitário da cidade.

Foram registrados mais de 16 mil casos de dengue na cidade de São Paulo, entre 1º de janeiro e 30 de setembro deste ano. Da chikungunya apenas um caso foi registrado. Para febre amarela e zika, não há indícios.


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