Casal é suspeito de usar Minha Casa Minha Vida para dar golpes em SP

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O programa Minha Casa Minha Vida foi usado por um casal para obter dinheiro e documentos de moradores da zona sul de São Paulo, de acordo com boletins de ocorrência aos quais o UOL teve acesso.

O golpe ocorria da seguinte forma: Aline Cristina de Sousa se apresentava como funcionária do Cras (Centro de Referência de Assistência Social) — órgão ligado à prefeitura — na região de Guarapiranga e Socorro e cadastrava pessoas de baixa renda e trabalhadores de carteira assinada interessados em obter apartamentos por meio do Minha Casa Minha Vida.

Nas reuniões, Aline dizia que as mensalidades variariam entre R$ 258 e R$ 355, com prazos de pagamento de até dez anos. A quem se interessava, ela enviava vídeos das supostas obras e acertava detalhes sobre a configuração dos apartamentos. Dizia que eles seriam construídos pelas empresas Plano&Plano e Vivaz, que negam envolvimento com o golpe.

Àqueles que se decidiam pela compra do apartamento com sua ajuda, Aline solicitava RG, CPF, carteira de trabalho e outros itens. Enviados em PDF por WhatsApp, eles eram “analisados” e “aprovados” em até três horas, segundo os relatos.

Aline pedia o pagamento às vítimas após o envio dos documentos pessoais e indicava Anderson Alves de Souza como contador apto a elaborar a declaração, por valores que oscilaram entre R$ 80 e R$ 360. Segundo relatos, ele é marido da suspeita e vivia na mesma região que as vítimas há mais de 20 anos — mas não foi identificado no momento dos pagamentos por ser conhecido apenas como “Alemão” no bairro.

Diante da aparente oportunidade, várias pessoas indicaram outros interessados a Aline. Em um dos casos, uma única vítima indicou outras 150. A suspeita estimulava os moradores a cobrarem taxas de R$ 20 pelo “pré-cadastro” dos “beneficiados”. A estimativa é que mais de 500 pessoas tenham sido prejudicadas pelo golpe.

Responsável pelo Cras, a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social informou que não tem servidores com os nomes de Aline e Anderson. Em nota, o órgão afirmou que “todos os serviços são oferecidos gratuitamente” e que “cobranças são absolutamente ilegais e devem ser denunciadas”.


SUGESTÕES DE PAUTA: reportagem@gruposulnews.com.br

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