Artista ‘Botina Amarela’ é homenageado

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Algacyr da Rocha Ferreira, o pintor e artista plástico foi homenageado

“Eu nasci às margens plácidas do Ipiranga, mas quando Dom Pedro I deu o grito, eu assustei e vim correndo para trás do Borba Gato”.


O Hilasa, Instituto de História, Letras e Artes de Santo Amaro, recordou momentos históricos da região no último dia 13 em evento que homenageou o artista Algacyr da Rocha Ferreira. Personalidades locais e associações participaram da celebração que laureou o pintor.

Algacyr conversou com nossa equipe e revelou parte dos bastidores de sua atuação santamarense: “Como trabalhei por anos no Centro Cultural de Santo Amaro, eu tenho um arquivo, como historiador, pelo amor que tenho pelo distrito. Eu continuo produzindo obras de arte aqui mesmo. Tenho um que se chama ‘O Cão da Caverna’, que os romanos usavam nas casas para proteger dos ladrões e espíritos”, comentou.

“Tive trabalhos antigos que foram comercializados e hoje os revi. Os compradores trouxeram as obras para apresentar aos outros convidados. Desenhos, gravuras, pinturas, vitrais com pedras selecionadas. Além disso, reencontrei amigos e conhecidos que por tempo os via”, disse.



Questionado sobre a importância da preservação da identidade cultural, o professor acrescenta que: “É sempre importante a preservação no sentido histórico. Estou repondo tudo que eu posso para a preservação das pedras que compõem o Borba Gato. Nas costas do monumento, tem um trabalho em mosaico, uma espécie de pastilha, que está se deteriorando. Elas estão definhando! Por várias vezes pedi autorização à Prefeitura para realizar restauro e preservação. Falta um pouco de interesse do poder público. Eu espero que com os eventos em comemoração das tradições de Santo Amaro, aconteça uma chacoalhada, um balanço, para que a gente continue fazendo a preservação e reposição de peças”, notifica o artista.

“Eu tenho 86 anos mas ainda subo escadas e posso fazer muitas coisas. Sou bem ágil. Eu tenho uma realidade fora do comum. Como diz meu amigo lutador mexicano Pancho Villa: “Eu perdi o pancho mas a velocidade continua”, comentou sorrindo.

Citando a proteção ao trabalho do artista Júlio Guerra, Algacyr se encontrou recentemente com a herdeira do artista. “A Elza Guerra, filha do artista que edificou o Borba Gato, comentou comigo que existem grupos de vigia para que não aconteça mais nada com o monumento, como ocorreu o incêndio”.

Eu nasci às margens plácidas do Ipiranga, mas quando Dom Pedro I deu o grito, eu assustei e vim correndo para trás do Borba Gato, finaliza o artista.



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