ARTIGO | Pare de fumar e ganhe mais qualidade de vida

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Estima-se que quase 1,3 bilhão de pessoas são adeptas ao tabagismo no mundo, o que representa cerca de 20% da população adulta global

Fechando o mês de maio, no dia 31, tivemos o Dia Mundial Sem Tabaco, uma campanha global que busca conscientizar as pessoas a respeito dos males do tabagismo e apoiar as políticas públicas de restrição ao uso de cigarro.

O tabagismo é um problema de saúde pública global. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), trata-se da principal causa evitável de morte em todo o planeta, responsável por cerca de 8 milhões de óbitos todos os anos. Estima-se que quase 1,3 bilhão de pessoas são adeptas ao tabagismo no mundo, o que representa cerca de 20% da população adulta global. Segundo dados do Ministério da Saúde, o percentual total de fumantes com 18 anos ou mais no Brasil é de 9,1% (quase 20 milhões de pessoas), com maior concentração no público masculino.

Sobre os DEFs – cigarros eletrônicos e vapes – vale lembrar que a importação, venda, propaganda e publicidade são proibidas em território nacional desde 2009. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), a decisão foi tomada com base em estudos que indicavam que esses dispositivos representavam riscos à saúde pública e que não havia evidências suficientes para comprovar sua segurança e eficácia. A ANVISA tem reforçado a proibição dos cigarros eletrônicos e, portanto, sujeitos às mesmas restrições legais que os cigarros convencionais.

Parar de fumar é difícil, pois trata-se de uma dependência. Ela ocorre principalmente em razão da nicotina, um alcaloide que age no sistema nervoso central e é responsável pela sensação de prazer e relaxamento que muitos fumantes relatam sentir ao fumar. Quando a nicotina é inalada, é rapidamente absorvida pelos pulmões e levada para o sistema nervoso central. Lá, a nicotina se liga a receptores específicos nas células nervosas e desencadeia a liberação de neurotransmissores, como a dopamina, que produzem sensação de prazer e bem-estar. O problema é que, com o tempo, o cérebro se adapta à presença constante da nicotina e os receptores de nicotina se multiplicam. Isso pode levar a uma maior dependência do alcaloide e a uma necessidade cada vez maior de fumar para manter a sensação de prazer e evitar os sintomas de abstinência. Porém, por mais desafiador que seja, parar é possível.

Ricardo Siufi é pneumologista e professor do curso de Medicina da Universidade Santo Amaro – Unisa


SUGESTÕES DE PAUTA: reportagem@gruposulnews.com.br

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