ARTIGO | Inteligência Artificial na Educação

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Educar um indivíduo é um processo humano complexo, influenciado por contextos históricos, culturais, ambientais, sociais e econômicos. A Inteligência Artificial é um processo heurístico de aprender e propor soluções a partir da identificação de padrões em uma base de dados utilizando-se de métodos matemáticos.

Os saltos evolutivos do ser humano ocorreram quando a sua capacidade cognitiva foi capaz de criar soluções complexas, que têm na estruturação da linguagem seu ponto de inflexão. A partir deste ponto, nossa memória passou a ser compartilhada e acumulada em um movimento contínuo e crescente, partindo dos primeiros registros nas pinturas rupestres até atingirmos o volume colossal de dados armazenados em servidores distribuídos pelo mundo, no conceito atual de nuvem.

O domínio da linguagem pela criança é o ponto de partida do processo educativo. A forma pela qual a criança constrói as bases de sua linguagem é pela imitação, observando o que acontece no seu entorno através da interação com o meio e seus sentidos. Sua capacidade cognitiva promove o registro na memória a partir dos estímulos e da predisposição genética herdada de seus pais, na forma de sinapses neuronais no cérebro. Como um dos resultados desse processo de aprendizagem contínua, o indivíduo desenvolve a consciência de si e do mundo.

Os processos de aprendizagem de Inteligência Artificial ainda não são capazes de desenvolver consciência de si e do mundo. Eles reproduzem os vieses humanos impregnados nos dados coletados e armazenados e nos algoritmos desenvolvidos pelos humanos.

As tecnologias da Inteligência Artificial aplicadas à educação serão capazes de identificar padrões em cada fase da aprendizagem, auxiliando o aprendiz, o professor e as instituições na execução e na avaliação, identificando comportamentos fora dos padrões esperados e propondo caminhos possíveis para alcançar o desenvolvimento desejado. E isso é fantástico!

Agora precisamos estar atentos aos vieses humanos que influenciam a definição dos padrões desejados, mas isso sempre fez e fará parte do processo educativo: o fator humano.

Josué Viana – Reitor em Unidade de Ensino Superior da Estácio


SUGESTÕES DE PAUTA: reportagem@gruposulnews.com.br

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