Alternativas ao cigarro são tão ruins quanto fumar

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Especialista do Hospital CEMA esclarece quais são os principais riscos à saúde para as pessoas que fazem uso de dispositivos, como cigarro eletrônico, vaporizadores e narguilé


Por: Hospital CEMA

Uma prática que era comum há alguns anos, hoje está em desuso: fumar. No Brasil, são 10% das mulheres e 18% dos homens que ainda são fumantes. Esse número há alguns anos era muito maior. Em 2000, cerca de 24% da população brasileira fumava. No entanto, embora o cigarro tradicional esteja perdendo campo, as opções “alternativas” estão cada vez mais na moda. “O cigarro eletrônico ou os vaporizadores vieram para substituir os cigarros habituais. No entanto, nós, médicos, observamos severas complicações com utilização em pequena escala. O tabagismo é maléfico de todo modo”, explica o otorrinolaringologista do Hospital CEMA, Cícero Matsuyama.

O cigarro eletrônico, proibido no Brasil, mas consumido em larga escala em muitos outros países, é um dispositivo que utiliza, ao invés de combustão, o processo de vaporização. No entanto, ele contém nicotina e uma série de substâncias potencialmente cancerígenas. Os especialistas alertam que ele, como qualquer outro tipo de cigarro, aumenta o risco de doenças cardiovasculares, câncer e problemas de pulmão.

Nos Estados Unidos, onde o consumo é liberado, uma síndrome respiratória desconhecida já fez mais de 12 mil vítimas em cerca de 1 mês. Os casos estão em investigação no CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças), na FDA (Food and Drug Administration) e departamentos de saúde estaduais. No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) solicita notificação, por parte dos hospitais, de qualquer morte suspeita em decorrência do uso desses dispositivos.

Já o narguilé, especificamente, virou uma febre, principalmente entre adolescentes. Consiste em um dispositivo usado para fumar tabaco. Por meio da queima da substância e do resfriamento causado pela água, a fumaça é inalada através de uma mangueira. Alguns acreditam, inclusive, que o hábito não é nocivo, tendo em vista que estão inalando vapor. No entanto, como já foi comprovado, o dispositivo é mais nocivo do que o cigarro. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), consumir esse tipo de cachimbo é igual a fumar 100 cigarros. O narguilé usa tabaco, juntamente com diversas essências, e conta com 4 vezes mais nicotina e 11 vezes mais monóxido de carbono.

“Esse líquido que existe no narguilé é rico em nicotina. Quando em contato com o dispositivo, ocorre a liberação dessa substância e de outras igualmente nocivas para o aparelho respiratório. Os males vão desde processos alérgicos até inflamatórios, em decorrência das impurezas encontradas, que são todas inaladas por quem consome esse tipo de produto. Além disso, a pessoa acaba ficando mais tempo exposta à fumaça do que quando fuma um cigarro convencional”, detalha o médico.

Há ainda dois danos adicionais causados pelo narguilé: a queima do carvão, que ocorre no processo, prejudica as vias aéreas ao provocar inalação de elementos tóxicos, como benzeno e alcatrão; e o compartilhamento do dispositivo pode aumentar ainda os riscos de contaminação por doenças contagiosas, como hepatite, tuberculose e outras.


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