Dizem que a mulher é como vinho, com o tempo fica muito melhor, mais apurado e com um toque aveludado.
A mulher com o tempo ganha maturidade, sabedoria, amor próprio, e com isso aprende a dar valor as coisas que quando jovem não tem a sensibilidade de enxergar.
Quando eu tinha menos idade pintei meu cabelo de todas as cores que existem, e hoje, com mais sensibilidade, adoro cada fio branco que aparece, porque aprendi a me amar como estou e pelo que sou.
Aprecio um bom vinho.
Dois são meus favoritos: vinho da alma, que é um dos nomes da ayahuasca; e vinho de Jurema preta, a imperatriz do sertão. Estas são as bebidas que regam meu coração.
Então o tempo, esse que determina todo o curso natural de tudo que é vivo, me fez muito bem e não tenho o que reclamar.
Passei por muitas provas nesse caminhar da vida, mas elas me fizeram renascer, assim como a serpente que troca de pele, que cada vez que ela troca de pele, mais bela ela fica, se metamorfoseia!
Assim como a Jurema, que no verão solta sua casca e até parece que está morta, mas nas primeiras chuvas ele renasce muito mais verde e florida.
E isso nos mostra que o tempo é o senhor de tudo!
E eu sou grata ao tempo porque ele tem sido o meu mestre, ou melhor, ele me ensina a ser mestre de mim mesma.
Pois que diante disso saibamos dar valor ao tempo e o que ele nos proporciona.
Sou uma mulher conectada com o tempo e com a natureza, e nela me fortaleço.
Sou da lua pois compartilho de suas fases a meu favor.
Sou da terra pois nela busco minha sustentação.
Sou da água pois nela mato minha sede e lavo minha alma.
Sou do vento pois o ar que eu respiro também me traz e leva as minhas orações.
Sou do fogo pois ele aquece meu espírito e transmuta minhas dores.
E foi o tempo que me trouxe toda essa conexão!
E assim falei.
SUGESTÕES DE PAUTA: reportagem@gruposulnews.com.br