Com o home office, a taxa de vacância nas avenidas Engenheiro Luís Carlos Berrini e Chucri Zaidan é de 50% com mais de 36 mil m² desocupados. Já no Itaim Bibi, que concentra escritórios nas avenidas Faria Lima e Juscelino Kubistchek, a quantidade de imóveis vazios fica em torno de 5%
A pandemia da Covid-19 forçou as pessoas a ficarem em casa. A recomendação, desde meados de março é não abraçar amigos e parentes, fazer compras e aulas online, trabalhar em casa, se possível.
Essa possibilidade de implementar o home office salvou a vida de muita gente, mas, em termos financeiros, vem afetando os negócios. Até que a vacina contra o vírus seja distribuída, muitas empresas comerciais vão manter seus funcionários trabalhando em casa. Com isso, donos de escritórios em grandes centros comerciais da cidade de São Paulo tem sofrido com o cancelamento de contrato de empresas que mantinham diversos funcionários no local.
A taxa de vacância, ou seja, de imóveis vazios, subiu de 17,3% no segundo trimestre do ano para 19,4% no terceiro trimestre, de acordo com a consultoria imobiliária JLL. As empresas vêm optando por devolver os imóveis e alugar locais menores.
Escritórios localizados no Brooklin (como nas avenidas Engenheiro Luís Carlos Berrini e Chucri Zaidan) são os mais afetados, com taxa de vacância de 50% e mais de 36 mil m² desocupados no período do terceiro trimestre de 2020.
Já no Itaim Bibi, que concentra escritórios nas avenidas Faria Lima e Juscelino Kubistchek, a taxa de vacância fica em torno de 5%. Na região da Vila Olímpia e Itaim Bibi, cerca de 70% das devoluções feitas no terceiro trimestre (totalizando cerca de 122 mil m²), foram de unidades com áreas de até 1.000 m².
“Existe pouco estoque nessas regiões. Então, se uma empresa sai do edifício, geralmente tem outra para ocupar o lugar. Ou seja, se provou que regiões mais nobres são mais resilientes: a vacância na região continua baixa, mesmo com a crise”, explica o diretor associado de transações da JLL, Paulo Casoni.
A desocupação dos escritórios afeita ainda outro setor: o gastronômico. Na região do Brooklin, a maioria dos restaurantes localizados na Av. Engenheiro Luís Carlos Berrini não retomaram atendimento normal, mesmo com a flexibilização do comércio, porque os principais clientes (funcionários de escritórios) ainda trabalham em casa.
De acordo com uma pesquisa feita pela Inova Berrini (portal de comunicação local de empresas, comércios e moradores), de 173 estabelecimentos que trabalham com alimentação na região compreendida entre as avenidas Bandeirantes, Santo Amaro, Jornalista Roberto Marinho e Nações Unidas, 129 estão funcionando normalmente ou parcialmente, atendendo somente por delivery e 44 restaurantes continuam fechados ou não irão mais abrir.
Dos 129 locais que funcionam normalmente, 13 são estabelecimentos novos, que abriram após a pandemia. No levantamento não foram consideradas as padarias, pizzarias e restaurantes localizados em shoppings da região.
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