No Estado de São Paulo, 1 a cada 4 indígenas já testou positivo para a Covid-19, segundo exames feitos pelo Instituto Butantan com a Fundação Nacional do Índio e a Secretaria Especial de Saúde Indígena do Governo Federal. Na capital, são mais de 700 infectados e 3 mortes, de acordo com os testes realizados nas terras indígenas do Jaraguá e Parelheiros
Exames feitos pelo Instituto Butantan com a Fundação Nacional do Índio (Funai) e a Secretaria Especial de Saúde Indígena do Governo Federal (Sesai), revelaram que 1 a cada 4 indígenas do Estado de São Paulo testou positivo para a Covid-19.
Foram testadas quase 4 mil pessoas que vivem em 16 terras indígenas em 13 cidades do Estado: 852 testaram positivo e quatro morreram.
Na capital, são mais de 700 infectados e 3 mortes, de acordo com os testes realizado em duas terras indígenas:
• no Jaraguá, de 571 testados, 263 resultaram positivo;
• em Parelheiros foram realizados testes em 1032 pessoas de 8 aldeias da terra Tenondé Porã, sendo que 491 pessoas confirmaram positivo para o vírus.
A Secretaria Municipal da Saúde disse que tem uma área só pra cuidar da população indígena e que faz atendimentos constantes, em parceria com lideranças da comunidade, e que nos casos mais graves os infectados são encaminhados para unidades da rede de atenção à saúde.
A Funai informou que desde o começo da pandemia já encaminhou mais de 1.100 cestas básicas e 200 kg de alimentos perecíveis, além de equipamentos de proteção para as aldeias que formam as terras indígenas do Jaraguá.
BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO
De acordo com o último Boletim epidemiológico da Secretaria Especial de Saúde Indígena do Governo Federal (Sesai), com dados da última terça-feira (25), em todo o Brasil há:
- 1.015 casos suspeitos de indígenas com Covid-19;
- 21.841 casos confirmados;
- 5.138 Infectados (atual);
- 16.997 casos descartados;
- 16.310 pessoas com Cura Clínica;
- 358 índios que faleceram da doença.
Em maio, a Sesai registrava apenas 40 óbitos de indígenas com a Covid-19 em todo o país.
De acordo com um estudo de geólogos e antropólogos da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), mais de 80 mil indígenas estão em situação de vulnerabilidade crítica, devido a pandemia do novo coronavírus.
Isso porque os povos indígenas são mais vulneráveis as doenças infectocontagiosas. Segundo o Ministério da Saúde, em 2018, cerca de 7% das mortes nas aldeias foram por doenças infecciosas e parasitárias. No ano passado, 22% das crianças indígenas com menos de um ano morreram por doenças respiratórias.
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