Segundo boletim epidemiológico da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), até agora foram registrados 40 óbitos de indígenas por Covid-19, em todo o Brasil. Na Zona Sul da capital paulista, na Aldeia Krukutu, em Parelheiros, uma escola se tornou local de isolamento para índios contaminados
A Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania (SMDHC), da Prefeitura de SP, distribuiu cerca de seis mil máscaras em 12 aldeias indígenas da capital paulista, sendo seis delas na Zona Sul: Tenonde Porã, Krukutu, Tekoa Porã, Kalipty e Tap Mirim, na região de Parelheiros, e a aldeia de Yyrexakã, em Marsilac.
“Acolher e orientar a população mais vulnerável da cidade são deveres que estamos cumprindo com a entrega de máscaras, itens de higiene e folhetos informativos traduzidos para o guarani de prevenção à Covid-19″, disse a secretária municipal de Direitos Humanos e Cidadania, Claudia Carletto.
Além das máscaras, que foram fabricadas por costureiras e artesãos que trabalham no programa “Costurando pela Vida” da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Trabalho (SMDET), também foram doados kits higiênicos e material com instruções de limpeza. Todo o material foi traduzido para a língua guarani.
“As máscaras produzidas, além de proteger a população que habita as aldeias indígenas do contágio do coronavírus, ajuda pequenos empreendedores e costureiras a gerarem renda neste momento de diminuição da atividade econômica”, destaca a secretária de Desenvolvimento Econômico e Trabalho, Aline Cardoso.
No total, incluindo as outras seis aldeias localizadas na Zona Norte, 900 famílias indígenas foram beneficiadas com as máscaras e os kits de higiene.
CORONAVÍRUS NAS ALDEIAS INDÍGENAS
De acordo com um estudo de geólogos e antropólogos da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), mais de 80 mil indígenas estão em situação de vulnerabilidade crítica, devido a pandemia do novo coronavírus.
Isso porque os povos indígenas são mais vulneráveis as doenças infectocontagiosas. Segundo o Ministério da Saúde, em 2018, cerca de 7% das mortes nas aldeias foram por doenças infecciosas e parasitárias. No ano passado, 22% das crianças indígenas com menos de um ano morreram por doenças respiratórias.
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Na Zona Sul da capital paulista, na Aldeia Krukutu, em Parelheiros, uma escola se tornou local de isolamento para índios contaminados. As visitas de turistas foram canceladas. “A gente fechou o portão para os brancos não chegarem aqui na aldeia. Como a gente mora no meio da floresta, tem uma tranquilidade melhor. Porque a gente vê que na cidade a coisa tá feia. Como as casas aqui são uma longe da outra, a gente fica mais prevenido”, disse Olívio Jekupé, escritor e morador da tribo.
Segundo boletim epidemiológico da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), até agora foram registrados 40 óbitos de indígenas por Covid-19, em todo o Brasil. Outros 218 indígenas estão com suspeitas da doença e 824 tiveram diagnóstico confirmado. Felizmente, 386 conseguiram se curar da doença.
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