Governo de SP inicia testes clínicos de vacina contra a Covid-19

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Desenvolvida por uma empresa chinesa, 20 mil doses da vacina chegaram a São Paulo e serão distribuídas em vários Estados brasileiros para testar 9 mil pessoas. Daqui a três meses espera-se resultados positivos para que o Instituto Butantan inicie a produção a partir de 2021. Outra vacina, a de Oxford, recebeu resultados seguros que garantem imunidade das pessoas


O Governo de SP pretende iniciar amanhã (21) os testes clínicos com a vacina batizada de CoronaVac, que chegou da China nesta madrugada. A vacina está sendo desenvolvida por uma empresa chinesa, em parceria com o Instituto Butantan.

Cerca de 9 mil profissionais de saúde, que ainda não testaram positivo para a Covid-19, farão parte dos testes de forma voluntária. As 20 mil doses da vacina serão distribuídas nos 12 Centros de pesquisa responsáveis pelo acompanhamento dos voluntários, localizados em vários Estados do Brasil.  Os testes serão analisados por uma equipe de pesquisadores internacionais.

Dos 9 mil participantes, metade vai receber a vacina e metade receberá um placebo. Os 890 voluntários testados no Hospital das Clínicas da USP serão analisados a cada duas semanas. Daqui a três meses espera-se resultados positivos para que o Instituto Butantan inicie a produção a partir de 2021. “Evidentemente que a vacina será destinada a todos os brasileiros, não apenas aqueles que são de São Paulo. Isso será feito através do Sistema Único de Saúde, universal e gratuito a todos os brasileiros. O Instituto Butantan terá todo o domínio da tecnologia, é isto que prevê o acordo com o laboratório Sinovac”, disse o governador João Doria.

Segundo o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, entre 0 e 10, o nível de otimismo para a vacina CoronaVac é 11. “Podemos ter no Brasil a primeira vacina a ser utilizada em massa. Essa expectativa é muito favorável. Estamos em uma pandemia com muitos casos e é cenário ideal para testarmos a vacina. Se esse estudo for concluído até o final deste ano e é uma expectativa real, nós podemos ter essa vacina disponível para a população brasileira no início do próximo ano”, disse.

VACINA DE OXFORD

Outra vacina contra a Covid-19 que está em estudos clínicos no Brasil é a produzida pela Universidade de Oxford. Segundo cientistas anunciaram nesta segunda-feira (20), resultados preliminares demonstram que a vacina é segura porque voluntários já obtiveram imunidade.

As fases 1 e 2 de estudos realizados com 1.077 pessoas mostraram que a vacina de Oxford produz anticorpos e glóbulos brancos para combater o coronavírus. Nenhum efeito colateral grave foi apresentado.  No entanto, uma segunda dose deve reforçar a segurança inicial.

“Esperamos que isso signifique que o sistema imunológico se lembre do vírus, para que nossa vacina proteja as pessoas por um período prolongado. No entanto, precisamos de mais pesquisas antes de confirmarmos que a vacina protege efetivamente contra a infecção por Sars-CoV-2 e por quanto tempo dura a proteção”, disse Andrew Pollard, principal autor do estudo.

O Brasil, África do Sul e Reino Unido participam da terceira e última etapa da vacina que envolve a testagem de 50 mil pessoas, sendo 5 mil brasileiros. Segundo a Organização Mundial da Saúde, a vacina de Oxford é a mais promissora contra o vírus.


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