Segundo o Mapa da Desigualdade 2019, entre Moema e Cidade Tiradentes a diferença de idade média ao morrer é de 20 anos. Moema também é o bairro mais branco da capital paulista com apenas 5,8% de moradores pretos e pardos
Um bairro com muitas árvores nas vias, pouca emissão de poluentes na atmosfera, nenhum registro de feminicídio ou violência contra a população LBGT, boa arrecadação de IPTU, inexistência de favelas e outros índices positivos cercam o bairro de Moema e seus moradores.
Segundo o Mapa da Desigualdade 2019, feito pela Rede Nossa São Paulo, o bairro de Moema tem 18 avaliações positivas entre os 50 indicadores avaliados para a realização do Mapa. Mas essa positividade em Moema apenas evidencia os altos níveis de desigualdade na cidade de São Paulo e três indicadores demostram isso:
Moema e Cidade Tiradentes tem mais de 20 anos na diferença de idade média ao morrer, sendo 57,3 anos para o bairro periférico e 80,6 anos para o bairro nobre. Segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde, na Cidade Tiradentes, quase um terço dos óbitos em 2017 foram por doenças do aparelho circulatório. Em Moema, quase 30% das mortes foram tumores. Também há uma grande diferença nas mortes não naturais, entre os dois bairros: 11% das mortes na Cidade Tiradentes foram acidentes e mortes violentas, sendo que, Moema registra menos de 5% de mortes nessas categorias.
O bairro onde se morre mais tarde, Moema, é também o bairro mais branco da cidade: lá a porcentagem de população preta e parda é de 5,8% enquanto o Jardim Ângela abriga 60,1% dessa população. Além do Jardim Ângela, Grajaú, Parelheiros, Lajeado e Cidade Tiradentes também tem uma grande parte de sua população composta por negros e negras, que também tem idade média de morte abaixo dos 60 anos.
Em Moema também há poucas adolescentes com até 19 anos grávidas, apenas 0,4%, enquanto no bairro de Marsilac cerca de 18,9% das meninas dessa faixa etária já engravidaram.
“Quando se fala de legislação em São Paulo é incrível: Plano Municipal pela Primeira Infância, plano de segurança viária, de mudanças climáticas. Quando se vê, os planos e direitos não estão sendo territorializados. Isso mostra como a cidade ainda tem muito a desenvolver”, explica Carolina Guimarães, da Rede Nossa São Paulo.
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