Por E. Figueiredo (*)
“Independência ou Morte!”
Dom Pedro (1798-1834)
A Maçonaria tem estado presente em nossa história desde a crise do Antigo Sistema Colonial como, por exemplo, na Inconfidência Mineira e Conjuração Baiana. Mas, o ponto alto e de destaque na História do Brasil é, evidentemente, a Independência do Brasil.
Denomina-se INDEPENDÊNCIA DO BRASIL o processo que culminou com a emancipação do território brasileiro do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves (1815-1822) no início do século XIX, e a instituição do Império do Brasil (1822-1889), no mesmo ano. Oficialmente, a data comemorada é a de 7 de Setembro de 1822, em que ocorreu o chamado “GRITO DO IPIRANGA”. Nessa data, às margens do riacho Ipiranga, o Príncipe Regente do Brasil, então Dom Pedro de Alcântara de Bragança, futuro Dom Pedro I do Brasil, bradou perante a sua comitiva: “Laços fora, soldados! Pelo sangue, pela minha honra, juro fazer a liberdade do Brasil. INDEPENDÊNCIA OU MORTE!”.
A Independência foi feita por muitos, nem todos eles eram Maçons, mas certamente a Sublime Ordem contribuiu sobremaneira e de forma muito qualitativa para a formação do quadro daqueles que levaram a contento esse importante feito.
Na verdade, o que comemoramos a cada 7 de Setembro, não é exatamente a independência do país, mas o compromisso solene do príncipe Pedro com nosso povo. A independência política – destituída da ideia de completa separação de Portugal – havia sido anunciada oficialmente um mês antes, em Agosto, numa Loja Maçônica. À frente do movimento Maçônico, enérgica e vivaz, achavam-se os Maçons Joaquim Gonçalves Ledo, José Bonifácio de Andrade e Silva, José Clemente Pereira, Cônego Januário da Cunha Barbosa, José Joaquim da Rocha, Padre Belchior Pinheiro de Oliveira, Felisberto Caldeira Brant, Bispo Silva Coutinho, Jacinto Furtado de Mendonça, Martim Francisco, Monsenhor Muniz Tavares, Evaristo Veiga e muitos outros.
Mestre, que se encontrava viajando. Como substituto do Grão Mestre, Gonçalves Ledo profere um eloquente discurso na ARLS Arte & Comércio, em 20 de Agosto, onde era Primeiro Grande Vigilante. Na sua locução, expôs aos Maçons a necessidade de ser imediatamente proclamada a independência do país.
Face ao discurso proferido, a proposta foi votada, aprovada por unanimidade pelos presentes na sessão, cuja cópia foi encaminhada de imediato ao Imperador Dom Pedro. Este encontrava-se viajando e recebeu o documento às margens do riacho do Ipiranga em 7 de Setembro, ocasião que o imperador proclamou a Independência do Brasil por encontrar respaldo e determinação da Maçonaria Brasileira.
O então príncipe-regente abria, de forma definitiva, as portas do futuro do Brasil, iniciando o despertar para a sua própria grandeza, que já se divisava. Muito mais que um simples ato simbólico, foi a luz que fez com que o nosso país descobrisse a si mesmo, e, desse o primeiro passo para ser a potência respeitada que é hoje!
Em 1889, 67 anos após o “Grito do Ipiranga”, é derrubada a monarquia e proclamada a República Federativa do Brasil. Instaurada a República, dá-se o início da consolidação do espírito de brasilidade que ficou arraigado, para sempre, em todos nós.
Nós, os brasileiros de hoje, entendemos a grandeza daquele gesto, o qual é nosso dever preservá-lo, para que o Brasil possa, cada vez mais, prosseguir em sua marcha para que não deixe de ser a grande nação que se tornou!
O gesto heroico de Dom Pedro está completando, exatamente, 200 anos!
Fontes consultadas:
Albuquerque, A. Tenório d’ – A Maçonaria e a Independência do Brasil
Diniz, André – A Independência do Brasil
Ferreira, Manoel R. e Tito Lívio – A Maçonaria na Independência Brasileira
Gomes, Laurentino – 1822
Holanda, Sérgio Buarque de – Raízes do Brasil
Prado,jr, Caio – Formação do Brasil Contemporâneo