A estreia no segmento de patinetes vai valer R$ 0,90 por minuto de uso para o usuário, e não é preciso fazer cadastro ou desbloqueio, já que o serviço está disponível no aplicativo da empresa
A febre do aluguel de patinetes elétricos chegou ao maior aplicativo de aluguel de veículos do mundo: a Uber anunciou que também vai oferecer este tipo de serviço na cidade de São Paulo, que é a primeira capital da América Latina e segunda cidade do Brasil a receber o serviço. Em dezembro de 2019, a cidade de Santos, no litoral paulista, iniciou a operação de testes.
Inicialmente, o serviço de patinetes elétricos da Uber acontecerá em bairros nobres da Zona Sul. Serão 300 patinetes espalhados por: Moema, Vila Nova Conceição, Itaim Bibi, Jardim Luzitânia e Vila Olímpia.
A estreia no segmento de patinetes vai valer R$ 0,90 por minuto de uso para o usuário, e não é preciso fazer cadastro ou desbloqueio, já que o serviço está disponível no aplicativo da empresa: foi integrado o ícone “alugar” ao app, localizado entre os símbolos “viajar” (para aluguel de carros) e “fazer pedido” (delivery de comida). Quem não conseguir visualizar o novo ícone deve atualizar o aplicativo para a versão mais recente.
“A ideia é elevar a oferta de equipamentos e bairros conforme a demanda dos usuários. Nossa equipe está em contato permanente com os técnicos da Prefeitura para cumprir todas as normas regulamentadas e entender as necessidades de cada área da cidade”, afirma Ruddy Wang, diretor de Novas Modalidades da Uber na América Latina.
Cada aparelho tem um cartão que explica as normas de uso e dá orientações para dirigir com segurança. A medida foi criada devido as regras da Prefeitura para uso de patinetes e bikes por aluguel na cidade de São Paulo.
Em agosto do ano passado a Prefeitura definiu que: é proibido a utilização de patinetes para menores de 18 anos e velocidade superior a 20 km/h; o usuário deve estacionar apenas em estações de locação; o uso dos aparelhos é permitido apenas em ciclovia, ciclofaixas, vias com velocidade máxima de até 40 km/h e em ruas destinadas para lazer.
O uso do capacete, na Uber, é de responsabilidade do usuário. A empresa mantém uma parceria com empresas que oferecem 40% de desconto para quem quiser adquirir a proteção.
A Uber também está interessada em oferecer seus serviços de aluguel de bicicletas elétricas: a empresa foi a única a se candidatar em um edital da Prefeitura para patrocinar as ciclofaixas de lazer da cidade de São Paulo, que desde agosto do ano passado estão fora de operação por falta de patrocínio.
BIKES DE ALUGUEL NA PERIFERIA
Em maio do ano passado, a empresa Grow disponibilizou 200 bicicletas Yellow no bairro do Capão Redondo e Jardim São Luís, periferia da Zona Sul, cobrando R$ 1 por 30 minutos de utilização.
A estreia do serviço fora da zona central/nobre de São Paulo, porém, não foi atrativa para as mulheres: uma pesquisa da empresa revelou que a maioria dos usuários são homens (69,7%), entre 26 e 40 anos com renda salarial média de R$ 2.078. Enquanto isso, apenas 15,8% das mulheres da região aderiram as bikes para se transportar.
“Na periferia, a mulher não consegue andar nem de carro com vidro abaixado e nem a pé, porque os caras mexem de forma brutal. Quando a minha mulher dirige, os outros motoristas mexem o tempo todo, mandam beijo. E tem cara que assobia e se a mulher não olha, ele ainda xinga”, relatou o escritor Ferréz, durante evento de lançamento das bicicletas na periferia da Zona Sul.
Cerca de 30% dos 310 entrevistados na pesquisa revelaram que trocaram o ônibus pelo uso da bike, e outros 14% deixaram de usar carro ou moto. Outros 23% dos entrevistados que andavam a pé ou utilizavam carros de aplicativos (10%), passaram a usar a bicicleta.
Atualmente, o serviço de bikes na região foi cancelado porque a startup Yellow deixou de operar no Brasil. A Grow passou a oferecer serviço de patinetes na região, com preço mais caro que as bikes: R$ 2,25 para desbloqueio e R$ 0,75 por minuto.
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