Iniciativa foi desenvolvida por estudantes universitárias e levará conscientização para a população feminina sobre importantes temas como violência contra a mulher e educação sexual
Estudantes do Centro Universitário Adventista de São Paulo (UNASP) criaram uma iniciativa intitulada “Projeto Marias” para ajudar mulheres em situação de vulnerabilidade social na comunidade indígena, em São Lourenço e em Ubatuba, e nas escolas públicas do Capão Redondo. O projeto será realizado mensalmente até novembro e doará absorventes íntimos, além de promover debates para conscientizar a sociedade sobre o tema. De acordo com o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), mais de 4 milhões de meninas brasileiras não têm acesso a itens de cuidados menstruais e uma a cada 10 deixa de assistir aulas quando está menstruada.
Erison Roza, gerente de Marketing do UNASP, campus São Paulo, diz que se sente no dever de ajudar e considera o projeto uma causa nobre. “Este projeto faz parte da missão do UNASP. Além disso, a ação proporciona mais dignidade ao público feminino vulnerável durante o ciclo menstrual. Combater a pobreza menstrual (a escassez de recursos para cuidados íntimos) e ampliar o acesso sobre o tema e seus efeitos é nosso dever como cidadãos. Queremos possibilitar a melhoria da qualidade de vida destas mulheres.”
O Projeto Marias percorrerá diversas escolas e comunidades da região de Capão Redondo, levando palestras presenciais e gratuitas sobre Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST’s) e métodos de barreira, violência contra a mulher, saúde íntima e educação sexual, entre outras. “Com esse projeto queremos promover dignidade menstrual que é direito de mulheres e meninas, terem acesso a produtos de higiene, condições de saneamento, informação sobre o próprio corpo/período menstrual.”, ressalta a professora do curso de enfermagem e coordenadora da Liga Acadêmica de Saúde da Mulher e Obstetrícia, Gyan Karla.
Letícia Marins é aluna do curso de enfermagem e diretora do projeto. Ela conta sobre a realidade de mulheres que convivem com a pobreza menstrual no Brasil e no mundo e diz que o Projeto Marias vai muito além de doação de absorventes. “Eu acredito que o empoderamento da mulher na luta pela garantia dos seus direitos também vem com a educação e é isso que fazemos questão de levar em todas as nossas ações de entrega de absorventes. Enquanto mulheres ficarem para trás por não terem seus direitos humanos garantidos, eu vou continuar lutando por elas. Todos deveríamos lutar.”
A participação nas atividades é restrita aos alunos e às mulheres envolvidas. Todo o projeto é realizado de forma voluntária.
Como ajudar?
Os interessados em contribuir com o Projeto podem fazer doação em dinheiro ou absorventes. O local da coleta fica no campus de São Paulo do UNASP. A iniciativa conta com ações até o mês de novembro.
Os interessados em contribuir com o projeto, podem fazer doação através da chave PIX lasmounasp@gmail.com
Depois de arrecadados os absorventes e os valores em dinheiro (que também são usados para comprar absorventes), os materiais serão distribuídos em escolas e na comunidade indígena, em São Lourenço e Ubatuba.
Expressão “pobreza menstrual”
O termo é usado para designar a impossibilidade financeira da compra de absorventes por mulheres. Muitas recorrerem a outros materiais para se protegerem durante o ciclo, a exemplo de meias, panos, jornais e papel higiênico para absorver o sangue, o que pode causar danos à saúde feminina.
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