Poluição e barulho oriundos da fábrica da Isover geram reclamação de moradores

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Este texto é uma revisão da matéria original, de acordo com a resposta da Isover e a documentação apresentada pelos moradores

Uma associação representando moradores de Santo Amaro reclama de problemas causados pela fábrica da Isover-Saint Gobain, localizada na R. João Alfredo, 177. Segundo os moradores, a fábrica provoca constante poluição do ar devido ao processo de fabricação empregado e também poluição sonora em decorrência do ruído constante que é produzido na fábrica. Mesmo com o diálogo aberto e ações constantes, os moradores se queixam que os transtornos quanto a odor e barulho persistem na região. A Isover fabrica lã de vidro destinada a soluções termoacústicas para projetos arquitetônicos e industriais.

Os moradores abriram uma série de chamados juntamente à CETESB solicitando vistorias na fábrica. Em outubro de 2023, a CETESB aplicou a primeira multa contra a Isover. Porém, a empresa recorreu e aguarda decisão da CETESB. Até o momento, foram aplicadas três multas e duas advertências à empresa. A empresa afirma que tem ciência das multas e está fazendo as adequações necessárias.

Foi apresentado à reportagem um laudo emitido pela CETESB informando a presença de componentes usados como aglomerantes, como formol, amônia e fenol. A Isover informa que suas emissões “são, em 99,997%, concentração de vapor de água e os 0,003% restante são elementos químicos não prejudiciais ao ambiente e à saúde das pessoas devido a sua baixa concentração.

Além disso, as emissões da Isover estão dentro dos parâmetros exigidos na legislação. Considerando as medições na saída da chaminé, estamos abaixo dos limites de tolerância das normas vigentes e melhores práticas internacionais.  Quando medimos no entorno da fábrica, onde ocorre a dispersão da pluma, os valores medidos estão muitíssimos abaixo destes limites não sendo prejudiciais à saúde.

Reuniões com os moradores

Também em março foi feita uma reunião entre os moradores e representantes da empresa, na qual foi apresentado um plano de melhoria ambiental revisado para reduzir o incômodo dos moradores. Com o objetivo de estabelecer uma relação de confiança entre Isover e moradores do condomínio, a Isover sugeriu que uma empresa terceira e especializada fizesse uma pesquisa dentro do condomínio, para identificar as percepções de incômodo dos moradores. Também foi criado um canal exclusivo para tratar do assunto, contando com um funcionário dedicado para atender a comunidade.   A pesquisa com os moradores está prevista para começar no próximo dia 10.

Um grupo de moradores relata que a Isover comunicou na reunião que foram investidos  R$ 3 milhões para solucionar o problema. Porém os moradores informam que não houve melhora, e que o ar continua tóxico e causando muitos transtornos e problemas de saúde. Em resposta, a Isover informa que, como uma companhia de capital aberto, não pode abrir esse dado, mas garante que o investimento é bem superior a esse montante. Além disso, reforça que as emissões não são tóxicas, não sendo prejudiciais à saúde.

Zoneamento

O zoneamento da região é misto (comércio e residências) e a classificação da Isover é de tipo 2 (alto impacto na redondeza), mas a companhia tem a prioridade por ter chegado antes.

De acordo com os moradores, seria necessário que a empresa fizesse virtualmente uma nova fábrica, pois as adequações necessárias para se encaixar no zoneamento não seriam possíveis na estrutura atual.

Segundo os moradores, a Isover mostrou projetos com propostas de melhorias na questão do ambiente, porém esses projetos são encaminhados à CETESB, que não analisa os projetos em tempo hábil e por isso as melhorias acabam não acontecendo.

A empresa informa que “a Isover está preservada pelo Plano Diretor que resguarda a compatibilidade de usos especialmente de unidades previamente instaladas, não sendo necessária qualquer alteração no seu zoneamento. Em relação ao plano de melhoria ambiental, suas ações e eficiências estão sendo protocoladas e acompanhadas pela Cetesb”. Os moradores contestam a resposta da empresa.

Posicionamento da empresa

Procurada pela redação, a Isover enviou a nota abaixo:

A Isover informa que pauta suas operações de acordo com as regras ambientais vigentes no país e em sintonia com as melhores práticas de sustentabilidade, que colaboram para o bem-estar dos seus colaboradores e das pessoas que vivem no entorno das suas Unidades. A fábrica – localizada no bairro de Santo Amaro, na capital paulista e em operação desde 1951 – passa por processos de constante modernização.

A empresa reforça que sua operação está em condição regular junto à Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB) e ressalta que as emissões estão dentro dos parâmetros legais, as quais são monitoradas constantemente. E ainda, 99,997% das emissões da fábrica são compostas por ar e vapor d’água, e os 0,003% restante são elementos químicos que, devido a sua baixíssima concentração, não são prejudiciais ao ambiente e à saúde das pessoas.

A companhia reforça que realiza medições frequentes dos ruídos em horários variados, de modo a garantir o atendimento aos limites permitidos pela legislação. Além disso, está sempre buscando soluções inovadoras que beneficiem colaboradores e comunidade, como as obras de isolamento acústico realizadas durante 2023 e outras melhorias que estão atualmente em andamento.

A Isover mantém um diálogo aberto e transparente com as pessoas que vivem no entorno da fábrica e permanece à disposição para esclarecer possíveis dúvidas ou questionamentos por meio do seu canal de atendimento: faleconosco-santoamaro@saint-gobain.com.


SUGESTÕES DE PAUTA: reportagem@gruposulnews.com.b

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