Policiais militares entram em conflito com policiais civis na Zona Sul

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Depois que um homem que fingiu ser policial civil matou três PMs na Zona Oeste de SP, as duas policias têm trabalhado de forma agressiva. O Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (Sindpesp) acredita que existe um risco iminente de conflito entre as duas forças policiais


No dia 8 de agosto, três policiais militares foram mortos em serviço por um homem que fingiu ser um policial civil. O caso aconteceu na Zona Oeste da cidade e gerou conflitos entre a Polícia Civil e a Polícia Militar de São Paulo.

Nos últimos dias já aconteceram seis abordagens agressivas entre as polícias, uma delas na Zona Sul: um vídeo que circula nas redes sociais mostra 10 policiais militares cercando dois policiais civis que atuam na Delegacia Especializada na repressão a roubo e furto de veículos (Divecar). O vídeo foi filmado por um dos policiais civis que estava na abordagem no bairro de Cidade Dutra.

Um dos PMs pede que o policial civil encoste na parede. Quando perguntado o que ele quer, o PM responde que quer verificar a situação e pede o distintivo e as armas. O policial civil responde que o delegado precisa ir ao local para verificar as exigências e pede que os PMs respeitem a portaria conjunta. Outro PM pede que a gravação seja interrompida e cita o caso dos PMs mortos na Zona Oeste. “Estão matando a gente”, ele diz.

Essa portaria foi criada em 1992 a partir de duas portarias que disciplinam a abordagem entre as duas polícias. Pela Polícia Civil, a portaria prevê “estreita colaboração e relacionamento harmônico” com a PM. Do lado da Polícia Militar, é previsto que haja “coesão e bom relacionamento das instituições”.

O Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (Sindpesp) acredita que pode surgir um conflito mais grave entre as duas polícias. “Depois dessas mortes, que são muito tristes, percebemos que começou a ter uma tensão, porque a Polícia Militar começou a realizar abordagens de forma descoordenada, não respeitando o protocolo padrão. E, muito pior, mesmo depois dos policiais civis se identificarem, os abusos continuaram. Identificamos que existe um risco iminente de conflito entre as duas forças que estão constitucionalmente aptas a combater o crime e a criminalidade”, disse a delegada Raquel Kobashi Gallinati Lombardi, presidente do Sindpesp.

Um ofício foi enviado pelo delegado e deputado estadual Bruno Lima (PSL) ao secretário de Segurança Pública, ao comandante geral da Polícia Militar e ao delgado geral de Polícia indicando que é “inadmissível que os integrantes das forças de Segurança Pública do Estado de São Paulo ajam com violência desproporcional, sem urbanidade e sem respeito uns com os outros”.

NOVO PROTOCOLO DE ABORDAGEM

A Secretaria de Segurança Pública decidiu adotar um protocolo único de abordagem entre os policiais do estado de São Paulo.

De acordo com resolução publicada no Diário Oficial do Estado, todo policial que seja submetido a uma abordagem deve apresentar sua carteira funcional de identificação. Quem se recusar, será desarmado. O policial que estiver realizando a abordagem deve se identificar da mesma maneira.


SUGESTÕES DE PAUTA: reportagem@gruposulnews.com.br

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